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19/Sep/2023

Empresas de navegação buscam reduzir emissões

No caminho da descarbonização, o setor de navegação tem adotado uma série de medidas e inovações para tentar reduzir o volume de suas emissões. As iniciativas vão além da atualização tecnológica de motores e de novos combustíveis. Incluem também estratégias alternativas, como auxílio de inteligência artificial, gestão de cargas e terminais mais modernos e eficientes. O Centro Nacional de Navegação Transatlântica (Centronave), que reúne 19 armadores de atuação global, afirma que há um esforço conjunto que aponta para o compromisso dos armadores com o meio ambiente. Para o Centronave, as iniciativas deverão ajudar a alcançar a meta estipulada pela Organização Marítima Internacional (IMO) para o setor, que é de reduzir as emissões de CO2 em pelo menos 30% até 2030.

Já existem navios saindo dos estaleiros movidos a metanol, hidrogênio, amônia e gás. Um dos associados, por exemplo, está construindo 12 navios (sendo que o primeiro será entregue em 2025) exclusivamente movidos a metanol. A Porto Assessoria confirma que quase todas as empresas de navegação estão nesse movimento de descarbonização. Mas, esse não deve ser um processo rápido, sobretudo se for levado em consideração o tamanho da frota global, de 104 mil navios comerciais em operação. As empresas estão em busca de novos combustíveis sustentáveis para substituir os tradicionais, mas também estão procurando adotar medidas que ajudem a melhorar a performance dos navios sem emitir muito. Há algum tempo, as empresas fazem o controle de esgoto das embarcações para não poluir o mar.

Os navios são bem controlados e vigiados. Os programas têm sido constantes. Hoje, transporte oceânico contribui com cerca de 3% das emissões de gases de efeito estufa no mundo. Embora esse percentual possa não parecer muito, se o setor de transporte marítimo fosse um país seu total de emissões seria equivalente ao da Alemanha, figurando na lista dos dez principais poluidores. Uma das líderes de mercado na Europa e América do Sul, a MSC, empresa sediada na Suíça, passou a utilizar um “robô-aspirador” subaquático para limpar os cascos de suas embarcações, o que ajuda a diminuir em até 20% as emissões de seus porta-contêineres. Ao manter os cascos limpos, os motores conseguem operar com menos carga, reduzindo o consumo de combustível.

Com a entrada em operação de novas embarcações desde 2019, como o M/V MSC Gülsün, a empresa também vem estabelecendo novas referências para o transporte sustentável de contêineres. Com cerca de 400 metros de comprimento e mais de 60 metros de largura, a embarcação tem capacidade de 23.756 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Isso significa emitir menos CO2 por contêiner transportado, ajudando as empresas que movimentam mercadorias a reduzirem a pegada de carbono de suas cadeias de suprimentos. Nesse caso, a engenharia projetou um formato de navio para melhorar a eficiência energética, reduzindo a resistência ao vento e resultando em menor consumo de combustível. Em uma investida de longo prazo, a companhia de cruzeiros norueguesa Hurtigruten Norway anunciou planos de construir o primeiro navio totalmente livre de emissões de gases de efeito estufa até 2030.

A nova embarcação contaria com velas retráteis de energia eólica e solar e uma grande bateria de 60 megawatts. O projeto, chamado de Sea Zero (“Mar zero”), tem o apoio científico da organização de pesquisas Sintef. Até o momento, as pesquisas mostram os primeiros conceitos para o navio, com a possibilidade de manobras assistidas por inteligência artificial, lubrificação de ar subaquática, propulsores retráteis hidrodinâmicos, além de cabines inteligentes com monitoramento de energia em tempo real. A utilização de biocombustíveis renováveis também entrou na rota das empresas de transporte marítimo. Como não emitem óxido de enxofre, esses combustíveis alternativos conseguem uma redução de 80% a 90% nas emissões de CO2 em relação aos seus congêneres fósseis. Além disso, não requerem modificações prévias nos motores ou de infraestrutura dos navios em operação.

A dinamarquesa Maersk está criando uma estrutura avançada para o uso de metanol verde (produzido com madeira ou resíduos agrícolas, como a cana-de-açúcar) como combustível naval. Para aumentar a capacidade de produção mundial, a armadora firmou parcerias com seis empresas líderes do setor. Com isso, espera garantir o fornecimento de pelo menos 730 mil toneladas/ano até o fim de 2025. A empresa também anunciou a construção na Dinamarca do seu primeiro “armazém de logística verde” com baixa emissão de gases de efeito estufa. A alemã Hapag-Lloyd lançou o “Ship Green”, uma solução para transportes baseada em biocombustíveis para reduzir emissões de CO2. Os clientes podem escolher entre três opções, que representam diferentes níveis de prevenção das emissões de dióxido de carbono equivalente: 100%, 50% ou 25%.

A multinacional vem testando biocombustíveis avançados desde 2020, utilizando misturas de produtos em vez do tradicional óleo combustível marinho fóssil (MFO). Na companhia japonesa One, os testes com biocombustíveis vêm sendo realizados em parceria com a Mitsui O.S.K. Lines e com GoodFuels, empresa pioneira na pesquisa de biocombustíveis sustentáveis. A empresa também recebeu em junho um navio com capacidade para até 24.136 TEUs. A embarcação ajudará a reduzir as emissões de carbono por meio de um projeto de casco de última geração que, segundo a empresa, amplia a área ocupada sem aumentar o consumo de combustível. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.