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15/Sep/2023

Diesel: discussão sobre PPI do Golfo e preços russos

A entrada maciça de diesel russo no Brasil tem gerado um problema para o cálculo do preço de paridade de importação (PPI) feito com base no Golfo do México. A conta, baseada nos preços norte-americanos, tem oferecido resultados acima da realidade. O fato é reconhecido por consultorias que calculam diariamente o PPI e a defasagem da Petrobras. Os analistas afirmam, porém, que uma adaptação na metodologia desses cálculos não é viável. Além disso, o "PPI do Golfo" é um indicador válido das tendências do mercado. A StoneX admite que a defasagem real tem sido inferior à calculada com base em preços norte-americanos. Há dificuldades em tornar a conta mais aderente à nova realidade do mercado.

A defasagem segue olhando para o Golfo porque não há informação segura sobre os preços russos. Há um déficit de informação consolidada no mercado sobre isso. O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) também admite uma recente "artificialização" do PPI ligado aos preços norte-americanos, mas lembra que o preço russo também é alinhado ao petróleo e refinados de outras fontes, o que preservaria o PPI do Golfo como um bom indicador de tendência para o mercado. Além disso, essa presença do produto russo no Brasil está ligada à conjuntura da guerra e deve se acomodar no futuro, com a resolução do conflito. Esse aspecto "lado B" do diesel russo abre espaço para que algumas empresas de trading eventualmente capturem os descontos do diesel russo. Nesses casos, essas empresas compram o produto a preços menores e revendem no mercado brasileiro a preços mais altos, próximos do valor do produto norte-americano.

Isso seria mais um motivo para não ignorar o PPI do Golfo que, nesses casos, seguiria próximo da realidade. A StoneX observa que, em 2022, cerca de 60% do diesel importado pelo Brasil veio dos Estados Unidos e as cargas russas não tinham representatividade, cenário que mudou radicalmente desde abril de 2023. No segundo trimestre, o diesel russo já representou metade das importações totais do País e segue avançando, alcançando 74% em agosto segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O Brasil já é o segundo principal destino para o diesel russo no mundo (13%), só atrás da Turquia (32%). Com a guerra, o diesel que a Rússia exportava para a União Europeia foi redirecionado e o Brasil se tornou estratégico para eles. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.