11/Sep/2023

A inteligência artificial (IA) não é algo novo no mundo da logística. Por anos, as empresas têm utilizado essa tecnologia para redesenhar suas operações. Agora, investidores de venture capital (capital de risco, em português) estão apostando que essa transformação está apenas começando. Esses investidores estão assinando cheques para startups que aproveitam a IA para uma série de aplicações emergentes da cadeia de suprimentos, como análise preditiva e segurança industrial. A natureza rica em dados de logística a torna propícia para uma reformulação com uso da IA, segundo os investidores e empreendedores. O setor pode servir como um caso de teste inicial para mostrar como a IA pode remodelar uma indústria. Segundo a Eclipse, uma empresa de capital de risco focada em tecnologia industrial, a IA pode ser um ótimo recurso para reunir todas essas diferentes fontes de dados, organizá-las e fornecer análises previsíveis e precisas que realmente atinjam o objetivo final de quando a carga vai chegar, a que horas e quais itens vão chegar.

A Eclipse apoiou startups que desenvolvem tecnologias de logística com aplicações de IA, incluindo a Reliable Robotics, que se concentra na aviação de carga autônoma; a Cheetah, que está desenvolvendo previsão de demanda e previsão de estoque para restaurantes; e a Voxel, que utiliza a visão computacional da IA para monitorar e pontuar a segurança industrial em ambientes de logística e manufatura. A IA pode trazer uma série de benefícios, como ajudar empresas de logística a reduzir custos, eliminando ineficiências de tempo, permitindo que varejistas evitem escassez de suprimentos e dando aos consumidores uma melhor visibilidade sobre quando os produtos vão chegar. Avanços recentes na IA, como o ChatGPT da OpenAI, podem beneficiar as empresas. Prestadores de serviços logísticos de terceiros e despachantes de cargas podem aumentar a produtividade usando ferramentas semelhantes ao ChatGPT para otimizar agendamentos, planejamento e preços, afirmou a empresa de análises PitchBook Data.

As startups de supply chain receberam um grande influxo de capital durante a pandemia de Covid-19, à medida que os investimentos de capital de risco dispararam e a crise global de cadeia de suprimentos deu a essas startups a chance de oferecer soluções potenciais. O financiamento para startups globais de logística aumentou 75%, para US$ 62 bilhões de 2020 a 2021. Embora tenha desacelerado significativamente desde então, o capital de 2021 proporcionou um bom apoio financeiro para muitas dessas empresas. Uma negociação anunciada em maio destaca o papel que a IA pode desempenhar no setor. A Pando oferece uma plataforma de software de IA para ajudar as empresas a automatizar seus processos logísticos. O software permite que as empresas processem uma grande quantidade de dados que gerenciam e apliquem a IA para integrá-los de várias maneiras. O programa pode, essencialmente, dizer às empresas como executar suas operações logísticas de forma diferente para aumentar a eficiência e a receita, ao mesmo tempo em que reduz os custos.

A Pando levantou US$ 30 milhões em Bonds de Série B liderada pela Iron Pillar e Uncorrelated Ventures. A maioria das startups deste setor ainda não abriu seu capital no mercado. A Flexport, sediada em São Francisco (EUA), uma das empresas mais antigas líderes nesse espaço, foi fundada em 2013 e atingiu US$ 8 bilhões de valuation no ano passado. A Project44, outra líder no setor, foi fundada em 2014 e foi avaliada em US$ 2,7 bilhões em 2022. A IA trouxe novas possibilidades para a indústria de supply chain, afirmou disse a 8VC, uma empresa de capital de risco sediada no Texas (EUA), focada em tecnologia logística. Uma coisa que deve ser perguntada constantemente no capital de risco é: 'O que é possível agora que não era possível quatro ou cinco anos atrás?'. Em julho, a 8VC liderou uma rodada de financiamento semente de US$ 17 milhões na Terminal Industries, uma startup de Austin que desenvolve uma plataforma de gerenciamento de pátio logístico baseada em IA. A 8VC liderou o negócio em conjunto com a Prologis Ventures, o braço de capital de risco da empresa de imóveis logísticos Prologis.

A IA que a Terminal Industries pode usar atualmente permite oferecer capacidades de gerenciamento mais interconectadas do que antes. A mudança ocorreu no tipo de propostas de startups. Em anos anteriores, a maioria das startups de supply chain incorporava elementos de inteligência artificial para melhorar seus produtos. Atualmente, a IA é central. Há uma revisão de prioridades nos roteiros das empresas, em que a gestão acredita que é possível cumprir a promessa ao cliente e que isso pode ser feito de forma mais rápida ou mais barata com os avanços na implementação da IA. Devido ao crescimento do setor de tecnologia de supply chain, os investidores estão dando mais ênfase aos processos de due diligence (auditoria prévia). Eles estão recebendo mais propostas de startups que se autodenominam empresas de IA, mas estão incorporando apenas pequenos elementos da tecnologia em seus produtos. O aumento do interesse na IA e o fato de que ela se adequa particularmente bem à logística levam a propostas que dependem de tecnologias semelhantes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.