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25/Aug/2023

Pesquisa eólica offshore híbrida com solar e ondas

A Coppe/UFRJ e a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) fecharam acordo para estudar, pelos próximos três anos, dois projetos ligados à energia eólica offshore, sendo um deles inovador por integrar as gerações de energia eólica, solar e das ondas para a descarbonização das atividades de óleo e gás na região do pré-sal, em profundidades entre 500 e 2.500 metros. Outro projeto vai investigar as turbinas eólicas flutuantes em profundidades entre 60 e 150 metros. O acordo envolve um financiamento de R$ 16 milhões e será liderado pelo Grupo de Energias Renováveis no Oceano (Gero), ligado ao Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) da Coppe.

No primeiro projeto (de 60 a 150 metros), serão buscados sistemas eólicos flutuantes que sejam competitivos tanto em desempenho quanto em custo da energia. Será avaliado o desempenho das estruturas com grau de maturidade tecnológica (TRL) superior a 4 (de uma escala de 9) e métodos construtivos que possam dar maior competitividade às plataformas flutuantes. Os projetos vão contar com a participação de mais de 30 pesquisadores, de quatro diferentes laboratórios da Coppe, que atuarão em diversas áreas, incluindo hidrodinâmica, aerodinâmica, estrutural, controle de potência, oceanografia, meteorologia, estimativa de custo, otimização, e inteligência artificial.

O Laboratório de Tecnologia Submarina coopera com a Universidade de Petróleo da China desde 2001, e a parceria com a CNOOC é uma continuidade dessa colaboração com instituições chinesas. O projeto foca na avaliação destas turbinas em águas intermediárias, de 50 a 150m, no Sul, Sudeste e Nordeste, onde os ventos são mais fortes. Os estudos envolverão acoplamento dos carregamentos aerodinâmico, hidrodinâmico, linha de ancoragem e análise estrutural. O segundo projeto, voltado para instalações de parques híbridos de eólica, energia das ondas e solar flutuante, envolve análise acoplada da aerodinâmica e da hidrodinâmica das turbinas, avaliação do comportamento estrutural, e o desempenho das linhas de ancoragem em águas ultraprofundas, o que traz grandes desafios no sistema de ancoragem.

Atualmente, as plataformas do tipo FPSO são energizadas por turbinas a gás natural, e a proposta é começar um processo de descarbonização do abastecimento de energia tanto destas plataformas quanto dos sistemas submarinos de produção. Como as energias renováveis a serem utilizadas são intermitentes, o projeto irá avaliar o uso de baterias para a estabilização do fornecimento de eletricidade. Os pesquisadores consideram o projeto como bastante arrojado para contribuir com a descarbonização da produção de óleo e gás em campos offshore, que costumam ser produtivos por mais de 25 anos. É um grande desafio instalar sistemas flutuantes em águas profundas.

A questão de linha de ancoragem é muito importante quando se fala de profundidades superiores a 2000 metros. Como o sistema de conversores de onda é relativamente pequeno em relação aos conversores eólicos, com boias de cerca de cinco metros de diâmetro e peso de cerca de 50 toneladas, uma alternativa em avaliação é a utilização de ancoragem compartilhada para os diferentes módulos de conversão eólica, de ondas e solar. Os projetos com a CNOOC serão focados em simulações computacionais do comportamento dos sistemas e, no terceiro ano, testes experimentais em modelos reduzidos no Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano) da Coppe. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.