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09/Aug/2023

Trimbo: 2ª maior trading brasileira de commodities

A pandemia de Covid-19 provocou rupturas nas correntes de comércio globais, prejudicando diversos setores. Um dos poucos setores beneficiados, mesmo com as grandes dificuldades logísticas do período, foi o de produção de alimentos, que viu os seus preços dispararem. Esse cenário permitiu a uma empresa brasileira, a trading Timbro, dar um salto no volume dos seus negócios, de R$ 2,5 bilhões, antes da pandemia, suas transações devem atingir R$ 12 bilhões este ano, cifra que deve colocá-la como a segunda maior trading brasileira, atrás apenas da Comexport. Fundada em 2010, a Timbro tem como sócios Jorge Guinle (um sobrenome estrelado da alta sociedade do Rio de Janeiro) e Bruno Russo. Eles conseguiram transformar a empresa em um negócio que vai além da comercialização de commodities brasileiras. A Timbro hoje faz negócios que não necessariamente envolvem o Brasil, atuando com commodities agrícolas produzidas também no México, no Paquistão, na Índia, na Argentina e no Uruguai.

Hoje, cerca de 10% dos negócios da Timbro já não passam pelo Brasil. E, para ter essa atuação internacional, a empresa tem escritórios em Miami, Genebra, Osaka, Lisboa, Londres e Cidade do México. Reflexo do porte que seus negócios tomaram, há dois meses a holding inaugurou uma nova sede, ocupando um andar inteiro de um edifício na Avenida Faria Lima, em São Paulo, onde passaram a trabalhar seus 370 funcionários. O desafio é se tornar uma empresa de médio porte para os padrões globais do setor, sem perder a cultura. Além do porte que ganhou, a Timbro chama a atenção também por representar uma nova etapa na história empresarial de uma das famílias mais tradicionais da história empresarial brasileira. Com a Timbro, o sobrenome Guinle (da família gaúcha de origem francesa que se estabeleceu no Rio de Janeiro e que ajudou a fazer a fama internacional da cidade no século 20) agora renasce justamente no coração financeiro de São Paulo.

Os Guinle construíram e administraram o Porto de Santos (SP), cuja concessão receberam da princesa Isabel, em 1888. E sua mãe, Germana, filha do usineiro e banqueiro João Ribeiro Coutinho, era dona da SAB Trading, que foi uma grande exportadora de açúcar. Depois que a SAB Trading foi vendida, Bruno Russo (que era estagiário) sugeriu criarem uma empresa para importar máquinas da chinesa Sany, como caminhões-guindaste e retroescavadeiras. Nascia assim a Timbro. Os modelos de atuação para a Timbro eram as tradings japonesas e as multinacionais com faturamento na casa das centenas de bilhões de dólares, como Mitsui, Mitsubishi e Sumitomo. Hoje, a Timbro atua em quatro divisões: gestão e execução de importação para grandes empresas; comercialização de commodities; distribuição de produtos para o varejo e atacado e serviços financeiros voltados a comércio internacional. A Timbro é uma grande gestora de contratos e administradora de riscos, que incluem variações de câmbio e de cotações de commodities. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.