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30/Jun/2023

Kepler Weber mantém otimismo com safra recorde

Depois de um 2022 "excepcional", a Kepler Weber, empresa líder no setor de armazenagem agrícola e pós-colheita no País, deve passar por um 2023 desafiador, com taxas de juros altas e acentuada queda nos preços dos grãos. Será, em contrapartida, mais um ano de safra robusta. Há alguns ventos contra, mas para compensar haverá uma colheita recorde. Segundo projeções de maio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve colher na safra 2022/2023 um recorde de 313,86 milhões de toneladas de grãos, ou 41,4 milhões de toneladas a mais em relação ao ciclo anterior, avanço de 15,2%. Só de soja são 154,8 milhões de toneladas, ou 23,3% de aumento sobre a safra 2021/2022. Os 41,4 milhões de toneladas suplementares neste ciclo são equivalentes à produção de soja da Argentina, que na última safra colheu 43,3 milhões de toneladas, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Também é maior do que a última colheita de trigo da Ucrânia antes da guerra, de 33 milhões de toneladas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

É um volume muito grande de grãos, mas que, se não for bem movimentado, gera ineficiência na cadeia. A Kepler Weber registrou em 2022 receita recorde de R$ 1,8 bilhão, aumento de 48,1% em comparação aos R$ 1,2 bilhão de 2021. O Ebitda foi de R$ 568,2 milhões, alta de 135,6% na mesma comparação, com margem Ebitda ajustada de 31,3%, 11,6% acima de 2021. Ebitda é a sigla em inglês para “lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização”. É um indicador da capacidade de geração de caixa de uma empresa. O lucro líquido ajustado ficou em R$ 386,2 milhões, com margem líquida ajustada de 21,3%, e 8,2 pontos porcentuais acima do resultado apurado em 2021. O segredo por trás de um 2022 bem-sucedido foi a empresa estar preparada para um período próspero no agronegócio brasileiro, o que de fato se concretizou. Desde a segunda metade de 2020, o agronegócio brasileiro vem passando por um período pujante.

Alguns fatores contribuíram para que a Kepler Weber se sobressaísse no ano passado: o salto nas cotações das commodities agrícolas, combinado a juros atrativos para custeio da safra e investimentos no período, como em armazenagem, bem como a cobertura de toda a cadeia produtiva, desde o contato com o agricultor até a chegada aos terminais portuários. Diante dos bons resultados, a própria companhia investiu. Apenas em 2022, foram construídos mais dois centros de distribuição, totalizando sete nos estados do Maranhão, Pará, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso. Nos próximos 15 anos, a empresa, que completa 100 anos em 2025, terá que fabricar a quantidade de sistemas de armazenagem que forneceu nos últimos 50 anos, tamanho o potencial de crescimento que enxerga para o agronegócio brasileiro. A conclusão da compra da Procer, empresa líder em tecnologias para conectividade de silos, com soluções que utilizam Internet das Coisas (IoT), deve contribuir para a Kepler Weber ampliar sua cobertura neste novo segmento.

A operação abre caminho para a empresa cobrir mais de 80% do mercado agrícola brasileiro, afirmou Nogueira, durante teleconferência de resultados do primeiro trimestre, no fim de abril. Ressalta-se o Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) lançado recentemente pela Kepler Weber, junto com o BTG Asset e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na tentativa de dar a produtores e empresas mais opções de financiamento de projetos de armazenagem, ainda que com taxas de juros mais altas do que as linhas governamentais. As últimas, porém, têm limitação de recursos. A expansão da capacidade de armazenagem de grãos no País ainda é muito dependente de linhas do governo com taxas de juros equalizadas e, por isso, mais baixas do que as do mercado. Hoje, a empresa tem esse diferencial: clientes querendo fazer investimento e que, na falta de recursos do governo, não vão ficar sem crédito, porque a Kepler tem recurso para oferecer financiamento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.