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29/Jun/2023

Mais Alimentos: retomada das vendas de máquinas

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o relançamento do Programa Mais Alimentos, destinado à compra de máquinas agrícolas de baixa potência por pequenos agricultores, deve contribuir para a retomada das vendas de máquinas agrícolas pela indústria. Ainda não se sabe o quanto pode movimentar o mercado, mas vai contribuir para a retomada das vendas. Com juros de 16% praticados no mercado, as vendas das linhas 'pronafianas' estavam travadas. Os produtores estavam esperando o Plano Safra sair para realizar novas compras, portanto, com juros menores e recursos liberados, o mercado deve destravar. O mercado acumula queda de 20%. A retomada das vendas não depende, contudo, apenas de crédito, com influência também dos preços. O Mais Alimentos entra no escopo do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) no Plano Safra 2023/2024.

O governo, entretanto, ainda não detalhou o montante de recursos que destinará ao Mais Alimentos. Houve uma redução da taxa de juros de 6% para 5% ao ano no Pronaf Mais Alimentos. Esse patamar atende o pequeno produtor. É um juro atrativo e na atual circunstância um juro muito bom, o que deve alavancar as vendas. O setor espera que a carência de 2 anos anteriormente aplicada no programa seja mantida. O setor aguarda as normativas com o detalhamento. O Mais Alimentos é destinado especificamente à aquisição de máquinas e implementos de baixa potência (tratores de 50 a 80 cavalos e colheitadeiras de classe II estão inclusos nesta categoria). A indústria tinha muito interesse na retomada do Mais Alimentos porque quando estava aberto foi um sucesso. Há um público com potencial de mecanização muito grande e que ainda não está mecanizado.

O Mais Alimentos pode estimular também que a indústria produza e traga ao mercado brasileiro novas máquinas voltada ao público da agricultura familiar. O convênio firmado entre MDA, MDIC, indústria, universidades e Embrapa estimula três fatores: vender os produtos disponíveis atualmente, adaptar equipamentos para estes produtores e desenvolver e trazer novos produtos ao mercado. Além do mercado que já tem, o governo está de olho em um novo mercado como, por exemplo, máquina para colher açaí. Biomas Norte e Nordeste são passíveis de mecanização, mas não são mecanizados. Somando indústria, universidades e governo podermos viabilizar esse mercado. O Mais Alimentos também pode contribuir para diminuir a pressão quanto ao esgotamento do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota).

Como não se sabe o valor do Mais Alimentos, ainda não é possível mensurar o quanto vai retirar de pressão do Moderfrota, mas o presidente Lula sinalizou no discurso que se o dinheiro for gasto, governo colocará mais recursos, se necessário. Desde as eleições, o governo Lula sinalizava para a reedição do Programa Mais Alimentos, criado em 2008 durante o segundo mandato do presidente, com condições mais atrativas aos pequenos produtores, adequadas às particularidades do segmento. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) apresentaram no fim de maio a minuta do decreto que institui o programa para a indústria de máquinas. Na primeira versão do Mais Alimentos, foram comercializados mais de 80 mil tratores, sobretudo de 80 cavalos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.