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22/Jun/2023

Canal do Panamá: seca ameaça transporte de cargas

O Canal do Panamá atravessa seu período mais seco em mais de um século, o que pode causar atrasos e taxas mais altas nas cadeias de abastecimento global. Segundo a Autoridade do Canal do Panamá, o Canal está lidando com uma crise climática quando está em operação com capacidade máxima. É preciso encontrar novas fontes de água para armazenar nos lagos. A falta prolongada de chuva já afeta a movimentação de navios e tende a prejudicar o transporte de produtos do Hemisfério Sul, como a carne brasileira para exportação. A agência governamental responsável pela gestão da via navegável implementou restrições de viagem em maio para evitar que os navios encalhem. Desde então, algumas embarcações tiveram de reduzir em cerca de um quarto as cargas de contêineres. As restrições devem se manter em vigor até julho. No entanto, os meteorologistas alertam que os níveis de água no Lago Gatún (localizado no centro do canal) podem atingir mínimos históricos no próximo mês, em virtude do evento climático El Niño.

Os problemas nas operações do canal prejudicariam os exportadores do Hemisfério Sul e os importadores do Hemisfério Norte. Além da carne brasileira, vinhos chilenos e bananas do Equador são rotineiramente transportados pelo Canal, juntamente com cobre do Chile e gás natural liquefeito da costa do Golfo dos Estados Unidos. O Canal do Panamá é a principal fonte de receita estrangeira do país, responsável por mais de US$ 3 bilhões em pedágios no ano passado. O Panamá é um dos países mais chuvosos do mundo, mas nos primeiros cinco meses do ano, a precipitação acumulada na área ao redor do Canal ficou 47% abaixo da média histórica, de acordo com a Autoridade do Canal do Panamá. O Canal depende da chuva, já que mais de 50 milhões de galões de água são perdidos para o mar quando um navio passa por suas eclusas. Se não houver chuva suficiente, como foi o caso durante as secas no fim dos anos 1990, diversos navios teriam que evitar a passagem.

Os operadores de navios provavelmente vão alterar suas rotas para evitar o Canal do Panamá se tiverem de enfrentar a perspectiva de transportar menos contêineres no verão. Enquanto isso, proprietários de navios e afretadores ajustam suas operações para atender aos requisitos de carga mais leve e avaliam os custos de direcionar os embarques para outras localidades. Os proprietários de navios estão cobrando dos clientes uma média de US$ 600,00 a mais por contêiner em navios que cruzam o Canal. A taxa diária de frete da Ásia para a Costa Leste dos Estados Unidos foi de US$ 2.400,00 por contêiner em maio, de acordo com o índice de frete marítimo no Báltico, mas espera-se que aumente este mês. O Canal contratou o Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos, construtor original do Canal, e reservou US$ 2 bilhões para os próximos 10 anos para desviar até quatro rios adicionais para o Canal, além dos três rios que já o abastecem. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.