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20/Jun/2023

Fertilizantes: consumo avançará no Brasil em 2023

O consumo de fertilizantes deve avançar este ano no Brasil. As projeções de alta nas entregas variam de 2,5% a até 10%. O movimento é puxado pela recomposição dos volumes aplicados pelos produtores nas lavouras, em meio à queda dos preços dos insumos. Em 2022, após as cotações dos fertilizantes acumularem alta de 200%, o volume entregue ao mercado brasileiro recuou 10,4% na comparação anual, para 41,078 milhões de toneladas, conforme dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), que representa a indústria. Para o acumulado de 2023, a perspectiva do mercado é de aumento nas entregas em relação a 2022, em virtude do recuo acumulado ao longo do ano nos preços dos fertilizantes, em média de 40% no custo importado dos insumos, e do fato de os produtores gastarem no ano anterior parte da reserva acumulada nos solos.

Até março, contudo, as entregas estavam 1,2% abaixo do reportado no primeiro trimestre do ano passado, a 8,553 milhões de toneladas. A consultoria StoneX vê aumento entre 2,5% e 5% nas entregas ao mercado em relação a 2022, para entre 42 milhões e 43 milhões de toneladas. Mas, o número ainda pode ser revisado. As compras dos adubos pelos produtores estão significativamente atrasadas, de 16% no fim de maio em relação ao ano passado e ao ano anterior. Para uso no segundo semestre, 44% estavam comercializados ao fim de maio e a janela de compra está ficando estreita. Esse atraso pode eventualmente vir a se refletir nas entregas totais do ano e gerar um nó logístico mais complexo na véspera da safra. O Itaú BBA vê alta de 7% nas entregas, para 43,592 milhões de toneladas ao longo deste ano. O Rabobank estima crescimento de 10% no volume entregue ao mercado, para 45,2 milhões de toneladas.

A perspectiva do banco é de aumento, sobretudo, no consumo de fosfato e de potássio este ano. Embora os agricultores ainda precisem recuperar as compras de fertilizantes para a próxima temporada de plantio, o consumo deve aumentar em 2023 e retornar à linha de tendência. Além dos baixos preços, um fator que deve estimular as compras e a recomposição dos volumes aplicados nas lavouras pelos produtores é a relação de troca (quantidade necessária da commodity para aquisição de 1 tonelada de adubo). De acordo com o Itaú BBA, mesmo com as quedas dos preços dos grãos, as relações de trocas estão mais favoráveis ao produtor na comparação anual, o que pode impulsionar a retomada do consumo destes insumos. Conforme dados compilados pelo banco, a relação de troca de fertilizantes com soja alcançou em junho nível próximo das mínimas históricas dos últimos cinco anos.

Para compra de 1 tonelada de fosfato monoamônico (MAP), eram necessárias no início do mês 15,12 sacas de 60 Kg de soja, enquanto para aquisição de 1 tonelada de cloreto de potássio (KCl), eram necessárias 11,30 sacas de 60 Kg da oleaginosa. A relação de troca de fertilizantes com a soja continua favorável, mesmo com a queda dos preços do grão, dado que a redução das cotações de fertilizantes foi mais intensa. No trigo, a relação de troca ficou abaixo da média histórica dos últimos cinco anos, em 1,60 tonelada de cereal para 1 tonelada de MAP, 1,19 tonelada de trigo por tonelada de KCl e 1 tonelada por tonelada de ureia. O movimento ocorre em virtude da sustentação dos preços do trigo, mesmo em níveis mais baixos em relação ao início do ano. Em contrapartida, no milho, a relação de troca tem sido desfavorável ao produtor.

Com as recentes quedas das cotações do milho, sendo mais intensas do que as reduções dos preços dos fertilizantes, a relação de troca tem piorado desde abril. Para aquisição de 1 tonelada de MAP, eram necessárias 41,52 sacas de 60 Kg de milho. O índice era de 31,03 sacas de 60 Kg do cereal para compra de 1 tonelada de KCl e de 26,01 sacas de 60 Kg por tonelada de ureia. No café, também se observa melhora no poder de compra do produtor, com a relação de troca dos principais macronutrientes abaixo do mínimo histórico dos últimos cinco anos, segundo o Itaú BBA. Para aquisição de 1 tonelada de MAP, eram necessárias 1,84 tonelada do grão, 1,38 tonelada de café por tonelada de KCl e 1,15 tonelada de grão por igual volume de ureia. Para o arroz em casca, mesmo com as recentes quedas dos preços no Rio Grande do Sul, as relações de troca estão atrativas, próximas ou até abaixo da mínima histórica dos últimos cinco anos. Os indicadores eram de 27,05 sacos de 50 Kg por tonelada de MAP, 20,22 sacos de 50 Kg por tonelada de KCl e 16,95 sacos de 50 Kg por tonelada de ureia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.