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20/Jun/2023

Fertilizantes: comercialização 2023/2024 atrasada

Segundo a StoneX, apesar da queda dos preços dos fertilizantes acumulada neste ano, os produtores rurais brasileiros continuam retraídos na aquisição do insumo para aplicação na safra de verão (1ª safra 2023/2024). O ritmo das compras de adubos está 16% atrás de igual período do ano passado e 17% atrás do reportado em 2021. O atraso é menor para aplicação na safra de inverno 2023/2024, no primeiro semestre de 2024, com retração anual de 4% e de 6% há dois anos. Há um significativo atraso nas negociações. Entre os motivos para a retração dos produtores para as compras antecipadas tanto para uso neste ano quanto na primeira metade de 2024, pode-se citar as elevadas taxas de juros atuais, a queda constante e por longo período dos preços dos macronutrientes do complexo NPK (o que leva os produtores a terem expectativa de continuidade da redução), o recuo das cotações dos grãos negociados na Bolsa de Chicago e as quebras consecutivas de safra ocorridas na Região Sul. As compras dos adubos estão significativamente atrasadas e a janela de compra está ficando estreita.

Esse atraso pode eventualmente gerar um nó logístico mais complexo na véspera do plantio da safra. Geralmente, esse problema é temporário e regional, mas neste ano esse nó pode ser maior. Até o fim de maio, 44% dos fertilizantes a serem aplicados nas lavouras do País já foram adquiridos para uso no segundo semestre, período de semeadura da safra de verão (1ª safra 2023/2024), atrás dos 60% de um ano antes. Mesmo com o atraso na comparação com o ano-safra anterior, as compras avançaram 13% do fim de fevereiro ao fim de maio e 27% desde novembro, quando se iniciou a movimentação para a safra de verão (1ª safra 2023/2024). Até fevereiro, 31% dos fertilizantes aplicados na segunda metade do ano estavam assegurados. À exceção da Região Norte/Nordeste, há atraso nas vendas de adubos em todas as demais regiões. Há maior retração, de 26%, na negociação antecipada de adubos na Região Sul, segunda maior produtora de grãos de verão (1ª safra) do País com cultivo mais tardio dos grãos, que assegurou 40% dos fertilizantes a serem usados no próximo semestre, ante 66% reportados em maio de 2022.

Na sequência, vem a Região Sudeste, onde o índice de negociação dos adubos atingiu 34% do volume necessário em maio deste ano, ante 58% observados em igual período do ano passado. O Centro-Oeste, principal região produtora de grãos, garantiu 52% dos fertilizantes para a temporada de verão (1ª safra 2023/2024), em comparação com 59% há um ano. Já o Norte/Nordeste foi a região que apresentou menor atraso, com negociação praticamente estável, com 57% das compras firmadas, atrás dos 58% de um ano antes. As compras antecipadas para a safra de verão (1ª safra 2023/2024) se iniciaram em novembro do ano passado. Aproximadamente dois terços dos adubos consumidos anualmente no Brasil são utilizados na segunda metade do ano. Desse volume, a maior parte é aplicada a partir de setembro, quando começa o plantio da soja. O levantamento revelou também que até o fim de maio 22% dos adubos a serem utilizados nas lavouras brasileiras no primeiro semestre de 2024, período de semeadura das culturas de inverno, como milho 2ª safra de 2023 e trigo e da 2ª safra de algodão, já tinham sido comercializados.

Em igual período do ano passado, o produtor já havia garantido 26% dos adubos a serem aplicados na safra de inverno 2023/2024. O mês tradicionalmente marca o início da movimentação mais intensa das compras para a 2ª safra. O maior volume foi assegurado pela Região Centro-Oeste, principal produtora de milho 2ª safra e algodão do País, que estava com a negociação acima do índice nacional, com 26% dos adubos comprados para o uso no primeiro semestre do próximo ano, ante 27% de igual período do ano passado. A maior retração é observada na Região Sul, segunda maior produtora de milho 2ª safra e maior produtora de trigo do País, com 17% dos fertilizantes travados, atrás dos 27% há um ano. Na região Norte/Nordeste, 24% dos adubos a serem aplicados na primeira metade de 2024 foram assegurados pelos produtores, contra 28% reportados em maio de 2022. A Região Sudeste está com apenas 2% de atraso na comercialização antecipada para os seis primeiros meses do ano que vem, com 22% dos adubos necessários já contratados, ante 24% em maio de 2022.

O levantamento foi realizado até o fim de maio com misturadoras, distribuidoras, cooperativas, médios e grandes produtores de todas as regiões do País e considera as vendas de adubos por meio da fixação de preços e fechamento de contratos para entrega futura. A pesquisa compreendeu uma área de 29 milhões de hectares, equivalente a 44% da área estimada com grãos na safra 2022/2023. Observa-se que a comercialização antecipada do pacote de adubação, especialmente para grãos, se intensifica conforme a relação de troca (quantidade necessária de determinada commodity para compra de 1 tonelada de adubo) fica mais favorável ao produtor. Essa relação está mais favorável desde o início deste ano, em virtude das quedas contínuas dos preços dos adubos. Ou seja, o poder de compra de fertilizantes pelo agricultor brasileiro está maior, apesar das cotações arrefecidas das commodities. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.