15/Jun/2023

A retomada do Programa Mais Alimentos pelo governo federal tem contribuído para levantar o astral de um setor que vinha cabisbaixo em decorrência da queda nas vendas de sua produção: o de máquinas e implementos agrícolas. O segmento como um todo registrou queda da ordem de 40% nas vendas no primeiro trimestre deste ano, segundo levantamento da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Nas últimas semanas, o setor até começou a esboçar algum otimismo por conta da iminência do anúncio do Plano Safra 2023/2024.

A expectativa é de um desempenho do setor no segundo semestre que venha a compensar a queda a ser consolidada nos primeiros seis meses do ano. A retomada do Mais Alimentos aumentou a esperança dos empresários porque poderão recuperar as vendas de máquinas e tratores de pequeno porte, bem como de implementos agrícolas. A Abimaq enviou ao governo solicitação de R$ 45 bilhões para o Plano Safra, sendo que deste valor R$ 11 bilhões só para a agricultura familiar, que contempla o Programa Mais Alimentos. O setor está otimista porque o atual governo recriou o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e tem se comprometido a dar mais apoio ao pequeno agricultor.

Isso significa que a indústria voltará a vender tratores de até 80 cavalos de potência, com valores de R$ 90 mil a R$ 100 mil e implementos agrícolas de, em média, R$ 30 mil. São valores que se enquadram na proposta do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que considera como pequenas propriedades áreas de 1 a 4 módulos fiscais. A área do módulo fiscal varia de 5 a 110 hectares, mas a área média das pequenas propriedades rurais no País é de 40 hectares. Diante das sinalizações o governo Lula de apoio à agricultura familiar, a Abimaq espera que se chegue aos R$ 11 bilhões pedidos para financiamento das máquinas e tratores de pequeno porte. O governo deverá colocar os R$ 11 bilhões porque no ano passado foram oferecidos R$ 3 bilhões em julho e em agosto já não tinha mais nada.

Não há como prever o quanto de máquinas será vendido, mas a expectativa é de um bom aumento nas vendas. Isso porque a taxa de juro para o pequeno produtor no âmbito do Pronaf no ano passado era de 5,5%, bem abaixo dos 17%, 18% fora do programa, e porque existe a expectativa de que será mantida a taxa de juro de 5,5% este ano. O entusiasmo dos fabricantes de máquinas agrícolas se elevou ainda mais depois da reunião do dia 31 de maio na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com presenças do ministro pasta Geraldo Alckmin, dos titulares do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, do Ministério de Ciências e Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, representantes da Embrapa e associações representativas da indústria de máquinas, entre elas, a Abimaq.

Daquela reunião saiu a minuta do decreto que institui o “Programa Nacional de Máquinas, Equipamentos e Implementos para a produção sustentável de alimentos pela agricultura familiar - Programas Mais Alimentos”. A minuta diz que o Programa tem como ampliar a capacidade produtiva da agricultura familiar para a produção de alimentos saudáveis por meio do acesso facilitado a máquinas e implementos agrícolas e agroindustriais adaptados à agricultura familiar e suas organizações produtivas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.