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14/Jun/2023

Hidrogênio Verde: UE anuncia investimento no Brasil

A produção de hidrogênio verde, considerado o combustível mais limpo do mundo e que tem atraído a atenção de grandes multinacionais, ganhou um ‘empurrão’ de peso no Brasil. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o bloco vai investir € 2 bilhões (o equivalente a R$ 10,5 bilhões) no País como parte dos planos para reduzir a dependência de produtos fósseis. O anúncio foi feito após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na segunda-feira (12/06) no Palácio do Planalto, durante o qual também foram discutidos os termos de um possível acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Além desse valor, Ursula anunciou ainda a doação inicial de € 20 milhões (R$ 105 milhões) ao Fundo Amazônia. Ela citou a enorme responsabilidade do governo Lula em deter o desmatamento na Floresta Amazônica.

Segundo a presidente da Comissão Europeia, o investimento na produção do hidrogênio verde brasileiro será um “carro-chefe” do plano europeu chamado Global Gateway, cujo total poderá chegar a € 10 bilhões considerando os desembolsos em estudo para toda a América Latina e Caribe, em uma resposta à crescente presença da China nas Américas, sobretudo com financiamento de obras de infraestrutura. Mas, ela não detalhou como esses investimentos seriam feitos pelo bloco europeu. O hidrogênio verde é produzido no processo de eletrólise da água, que separa o hidrogênio do oxigênio por meio de uma corrente elétrica. Com três vezes mais energia do que a gasolina, tem a capacidade para se tornar uma fonte limpa para o transporte de carga e para a indústria. O Brasil, na avaliação de especialistas, pode ser um dos principais produtores no mundo.

A Europa vai investir € 2 bilhões para apoiar a produção brasileira de hidrogênio verde, promovendo a eficiência energética na sua indústria. Ao falar sobre a região amazônica, Ursula disse que a Europa pretende apoiar o Brasil com um projeto de € 430 milhões, que incluiria, além do combate ao desmatamento, a promoção de uso sustentável da terra na Floresta Amazônica. O Brasil já havia assumido compromisso de zerar o desmate ilegal até 2030, que a líder europeia chamou de uma “excelente notícia” para o mundo. Lula ratificou a meta e anunciou a retomada de um plano de ação na semana passada. Desde que Lula assumiu a Presidência, a União Europeia passou a ser o terceiro novo doador do Fundo Amazônia. O valor, porém, é o menor anunciado no ano. Os Estados Unidos prometeram aporte de US$ 500 milhões, enquanto o Reino Unido vai doar 80 milhões de libras esterlinas. O hidrogênio verde é visto atualmente por empresas e consultores como a principal alternativa à produção do petróleo, até mesmo para as petroleiras.

Para não ficar para trás, a maioria delas tem estudos e projetos para a produção de hidrogênio verde. Nesse clube, estão companhias como a BP, a Shell e a Petrobras. A multinacional alemã Thyssenkrupp é outra companhia ativa no desenvolvimento de projetos mundo afora para produção do hidrogênio. A empresa é fornecedora de tecnologia e constrói toda a planta de eletrólise para a quebra das moléculas. A aposta do mundo para limitar o aquecimento global até 2050 está num método criado há quase 200 anos pelo químico e físico britânico Michael Faraday. Trata-se da eletrólise da água, que separa o hidrogênio do oxigênio por meio de uma corrente elétrica. Para ser considerado verde, a energia elétrica tem de ser de uma fonte totalmente renovável, como a eólica e a solar. Em estudo de 2021, o Goldman Sachs já calculava que até 2050 o mercado de hidrogênio no mundo deve ultrapassar US$ 11 trilhões. Tamanha euforia se deve ao potencial do produto. O hidrogênio tem três vezes mais energia do que a gasolina com a vantagem de ser uma fonte limpa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.