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16/Mai/2023

Presença do governo em feira do MST irrita ruralistas

A presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e de ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na feira nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) incomodou integrantes da bancada ruralista, aumentando a insatisfação do grupo com o governo do petista. O Planalto tenta consertar o diálogo, mas o evento irritou parlamentares ligados ao agronegócio. Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e outros membros do primeiro escalão do governo viraram estrelas do evento, no Parque da Água Branca, região oeste de São Paulo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se tornou garoto propaganda de um pacote de fubá, um dia após o secretário executivo da Pasta e indicado de Lula para o Banco Central, Gabriel Galípolo, visitar o local. O Congresso está prestas a instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as invasões do MST.

Integrantes da oposição, incluindo parlamentares que fazem parte da cúpula da bancada ruralista, prometem apontar responsabilidade do governo nos atos ilegais. Nesta terça-feira (16/05), Alckmin estará em um almoço promovido pela bancada ruralista. O diálogo com o governo será em cima da pauta agro. A bancada do agronegócio acumula uma série de desentendimentos com o governo, após invasões promovidas pelo MST, críticas à Agrishow, a maior feira do setor no País, e discursos do próprio presidente. Outras ações que parlamentares ruralistas ainda não “engoliram” foram a ida do líder do MST, João Pedro Stédile, à China com Lula e a presença do movimento no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão. Enquanto faz acenos ao MST, o governo tenta retomar o diálogo com a bancada ruralista.

Na semana passada, Carlos Fávaro, que disse ter sido “desconvidado” da Agrishow, se reuniu com os parlamentares do grupo e prometeu um aporte de R$ 200 milhões do Orçamento da União para reforçar o Plano Safra, principal linha de financiamento do setor, ainda neste ano e diminuir o impacto da taxa de juros no programa. De fato, a Feira Nacional da Reforma Agrária, realizada em São Paulo nos últimos dias, expôs a proximidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com o Movimento dos Sem Terra (MST) às vésperas da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara que vai investigar as ações do grupo. Auxiliares de Lula aproveitaram o ambiente festivo da feira para desdenhar das intenções da oposição na CPI. No domingo (14/05), no encerramento do evento, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, afirmou que a comissão vai se voltar contra a oposição.

No sábado (13/05), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, ironizou a CPI ao afirmar que os deputados vão encontrar "coisas gravíssimas" como suco de uva produzido sem trabalho escravo, em uma referência a denúncias de atividades análogas à escravidão em vinícolas no Rio Grande do Sul. O ministro Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) afirmou que o governo fará a diferença para acabar com a fome, mas apenas em parceria com movimentos sociais. Pimenta foi além e disse que a aliança do governo com esses grupos é decisiva para enfrentar a fome e garantir a criação de programas sociais. Geraldo Alckmin disse que o trabalho do Legislativo não é "policialesco" após ser questionado sobre a CPI. Nesse clima de tensão crescente, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vai determinar a instalação da CPI após a indicação pelos partidos dos nomes que vão integrar a comissão. O deputado Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL), é cotado para ser o relator da CPI. Fonte: O Estado de São Paulo e Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.