09/Mai/2023

Enquanto os pequenos e médios produtores estão sensíveis à escassez de recursos nos programas governamentais de crédito com juros subsidiados, a fabricante norte-americana de máquinas agrícolas John Deere observa que há um segmento no campo que continua capitalizado e com demanda forte no Brasil. Produtores interessados em equipamentos maiores, como as versões de maior porte de tratores, plantadeiras, colheitadeiras e pulverizadores, seguem adquirindo, mesmo com o alto nível dos juros. O agricultor está capitalizado, ele vê a oportunidade de investir e ganhar eficiência na operação, mesmo em um ambiente de crédito que não é tão atrativo. O Brasil não está em um cenário de restrição de crédito. Há crédito em uma taxa que o cliente não se sente atraído por ela, mas o dinheiro existe. Se as taxas e as dificuldades logísticas pesam contra o produtor, os preços futuros das commodities sustentados na Bolsa de Chicago, referência para o mercado, são um impulso à margem de lucro para aquisição de máquinas.

O produtor está capitalizado e houve uma queda significativa do custo de insumos, o que resulta em uma margem interessante. O foco do negócio se voltou à conectividade, tanto pensando em equipamentos quanto em soluções. Na Agrishow, a empresa deu destaque à plataforma de gerenciamento remoto do campo, que permite que o agricultor monitore a produção e planeje atividades diretamente do celular, desde que tenha um maquinário conectado compatível com a tecnologia. A grande maioria do portfólio já vai preparado para conectar, mas essa é uma decisão do cliente. Clientes de grande porte, até mesmo pela escala da produção, adquirem mais as tecnologias, porque entendem o aumento da eficiência provocado por elas. Mesmo assim, o trabalho de convencimento tem sido recorrente para todos os portes. A empresa quer mostrar para o cliente que não é só discurso. As coisas estão acontecendo e há resultados comprovados dos benefícios da adoção de tecnologias conectadas.

A John Deere também aposta na frente de sustentabilidade e garante que financiamentos verdes vieram para ficar. O Banco John Deere, ligado à fabricante, lançou uma linha de crédito exclusiva para clientes que apresentam engajamento socioambiental, a Preserva Bio. A modalidade visa beneficiar produtores com rating A (sem pendências socioambientais) e produtores que, entre todos os critérios socioambientais estabelecidos pelo banco, também preservam uma área de reserva, além da exigida pela lei brasileira. O sistema, que aprofunda as relações da empresa com os produtores comprometidos com a agenda ambiental, teve boa procura na Agrishow e o banco registrou operações. Apesar dos primeiros sinais já favoráveis à linha, o projeto ainda passará por uma “curva de aprendizado”. Interesse tem muito, mas é preciso aprender melhor como fazer essa interação com o cliente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.