08/Mai/2023

As "estreantes" da Agrishow, ou seja, empresas que estão expondo pela primeira vez seus produtos na maior feira de agronegócios do País, decidiram focar em alguns dos principais gargalos do setor para se firmar no mercado. Quatro delas, estrangeiras que apostam no Brasil como um propulsor dos negócios, estão muito otimistas com o segmento e fecharam negócios acima das expectativas no evento. Algumas das principais "dores" do agronegócio se tornaram o foco dessas novatas para emplacar no segmento, em meio a tanta concorrência. Desenvolvida por cientistas suecos, a climatech Ignitia, por exemplo, apresentou sua ferramenta de previsão do tempo hiper localizada, com modelos de precisão voltados para o clima tropical.

Não era possível entregar uma previsão boa, que acertasse, porque os modelos de inteligência climática utilizados na faixa subtropical são os que vêm dos Estados Unidos e da Europa. No Brasil, a variação climática em um curto espaço de tempo é maior do que nesses locais, o que resulta em erros recorrentes, principalmente para as previsões de chuva. A empresa possui 2,6 milhões de clientes em países da África Ocidental, como Gana, Serra Leoa, Costa do Marfim e Nigéria, e "tropicalizou" os modelos de previsão do tempo para enviar dados de clima e alerta para os clientes via WhatsApp, SMS e pelo aplicativo próprio. A tecnologia permite ao agricultor aperfeiçoar a tomada de decisões na hora de adubar, plantar e colher.

No Brasil há pouco mais de um ano, a Ignitia afirma gerar resultados com 79% de acerto, enquanto outras plataformas têm taxa de acerto de 9%. A multinacional alemã de implementos agrícolas Horsch também foca na precisão. A companhia recentemente inaugurou sua fábrica no Brasil, investindo R$ 365 milhões, o maior investimento já feito pela empresa global. A empresa pretende se aproximar do agronegócio nacional para entender suas principais necessidades. A ideia é fazer máquinas adaptadas e pensadas para o Brasil. A empresa ficou surpresa com o volume de vendas realizadas na feira. Os vendedores da LiuGong, multinacional chinesa fabricante de máquinas pesadas, também ficaram surpresos com o volume de negócios fechados em sua primeira vez na Agrishow.

As vendas foram acima das expectativas iniciais. Fundada na China em 1958, a companhia desenvolve máquinas para construção civil e agricultura e mirou também na qualidade do atendimento pós-venda para se consolidar no Brasil, onde instalou sua primeira indústria há 8 anos. Um serviço de pós-venda ágil garante segurança ao produtor e havia carência deste tipo de serviço no mercado. Então, a empresa investiu muito em pós-venda. A empresa inaugurou recentemente o segundo centro de treinamento na sua planta fabril em Mogi Guaçu (SP), projetado para fornecer um ambiente de aperfeiçoamento técnico e prático.

O serviço é oferecido para garantir que a empresa estará sempre atualizada para as tecnologias. O direcionamento correto dos produtos também é uma preocupação da multinacional. Cerca de 300 revendedores fornecem os equipamentos da LiuGong para clientes em mais de 170 países e regiões. A empresa quer ter a certeza de que todos os produtos são os corretos para atender à demanda específica deste mercado. No ano passado, a América Latina correspondeu a mais de 50% das vendas da LiuGong Global e, na Agrishow, a procura por mais produtos surpreendeu. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.