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08/Mai/2023

Máquinas Agrícolas: linha em dólar atrai demanda

A linha de crédito rural em dólar ofertada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi aceita com sucesso por montadoras e bancos, que negociam na Agrishow. A John Deere foi uma das empresas que apostou na linha de crédito dolarizada para a feira, que terminou na sexta-feira (05/05), em Ribeirão Preto (SP). A empresa fez uma equalização em cima dessa taxa, que está sendo oferecida ao cliente a 6,9% ao ano (ante taxa do BNDES de 7,59% ao ano). Houve boa aceitação. A Case IH e a Massey Ferguson, marcas do grupo AGCO, também se animaram com o crédito em dólar. A CNH Industrial tem um banco próprio para o mercado buscar soluções, mas o crédito governamental é fundamental.

O recurso é recomendado pelas montadoras, principalmente, para os clientes que têm receita em dólar e trabalham com culturas de exportação, mesmo que não necessariamente sejam exportadores. A Massey Ferguson vê vantagens na modalidade de crédito indexada à moeda estrangeira, já que considera que a medida beneficiará o agricultor quando houver valorização do câmbio. A linha do BNDES é importante e interessante e vai ser muito utilizada na Região Centro-Oeste. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, informou que o montante de R$ 2 bilhões ofertados pela linha de crédito havia sido “tomado” em um dia. As montadoras argumentam, no entanto, que a linha ainda não estava em operação e somente em 16 de maio abriria para contratação.

Os bancos receberam propostas e estão aguardando o BNDES abrir o protocolo das negociações. Diversos representantes da indústria de máquinas agrícolas nem sequer estavam sabendo da fala do ministro e continuavam ofertando a linha de crédito como uma opção para os produtores. A percepção do mercado é de que, apesar do uso do termo, os recursos ainda não foram "tomados", como indicou Fávaro. Acredita-se que o BNDES já tenha notado uma extensa “fila de espera” para contratação do crédito, impulsionada especialmente pelos negócios na Agrishow, e já sinalizou ao governo que a reserva do recurso supera o montante ofertado.

Ainda segundo o ministro da Agricultura, a Pasta providencia mais recursos para essa linha de crédito. O mercado de máquinas agrícolas confia nessa perspectiva e argumenta que a linha tem condições de receber mais recursos, porque não é equalizada pelo Tesouro. Segundo a John Deere, é só questão de fazer uma nova rodada de crédito. Para a CNH Industrial, a probabilidade de não ter novos recursos é pequena, porque não é uma linha subsidiada. Mesmo com o otimismo para essa nova linha, os produtores que não puderem ser contemplados com o crédito com este tipo de financiamento terão opções, de acordo com as montadoras.

Elas ressaltam que têm suas próprias linhas de crédito dolarizadas e que o produtor não deve ficar sem financiamento. Para o cliente que estava buscando financiamento em dólar, é até mais interessante ter essa linha, porque ela permite prazos mais longos, afirmou a John Deere. As empresas que integram o banco de fábrica AGCO Finance também já haviam disponibilizado uma linha em moeda estrangeira, desde 2021. Segundo a Massey Ferguson, mesmo que tenha acabado o recurso dessa linha do governo, a empresa segue com uma ação comercial em moeda estrangeira a partir do banco próprio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.