04/Mai/2023
A necessidade de ampliação da conectividade do campo é um discurso que faz coro na Agrishow. Nos mais de 520 mil metros quadrados reservados aos expositores, raras são as marcas que não apostam em produtos dependentes de internet e de um ambiente virtualmente desenvolvido, sejam eles grandes máquinas pilotadas remotamente ou mesmo plataformas de dados monitoradas, mesmo que com certo delay, em aplicativos de celular. No entanto, os espaços sem conectividade no agronegócio brasileiro ainda são quatro vezes maiores do que as regiões com a tecnologia. Ainda há uma carência muito grande, reforçam diversos executivos do setor.
A necessidade de ampliar os sinais de internet no campo é uma preocupação do segmento, que se articula para permitir que o sinal avance no País ainda sem o impulso de fortes subsídios públicos. É preciso a atuação do governo e há conversas para linhas de crédito que impulsionem o uso da tecnologia, mas os processos ainda são lentos. O setor privado foi o principal motor da associação Conectar Agro, que tem por objetivo fomentar a expansão do acesso à internet na agricultura brasileira por meio de parcerias com gigantes do segmento. O programa alcançou conectividade, via banda larga 4G, em 14,4 milhões de hectares de áreas rurais neste último mês no Brasil, beneficiando cerca de 1,1 milhão de pessoas, ou 90 mil propriedades rurais cobertas.
Embora seja um avanço expressivo ante o registrado há um ano, de cerca de 7 milhões de hectares, o resultado ainda corresponde a somente 20% do total agricultável do País. Grandes marcas de máquinas agrícolas, como Case IH, projetam um futuro das máquinas cada vez mais conectado. A expectativa da empresa é que, até o fim deste ano, todos os produtos vendidos no Brasil sejam conectados. Neste contexto, a companhia vê com muito otimismo a entrada da operadora Vivo para o conjunto de parceiros do Conectar Agro, anunciada nesta quarta-feira (03/05). A entrada da Vivo no Conectar Agro consolida a expansão do 4G na agricultura, afirmou a CNH Industrial.
A presença de duas das maiores operadoras no País é um impulso à competitividade do programa e um reforço ao trabalho que está sendo feito. A Tim liderou os projetos da associação pelos últimos quatro anos, mas, apesar disso, a operadora nunca esteve sozinha. A iniciativa foi criada por um grupo de empresas que viam na conectividade um caminho para a industrialização do agronegócio e que a competição sempre existiu internamente, mesmo que entre outros parceiros do grupo. Como o Brasil é um País de dimensões continentais, toda ajuda para promoção da conectividade vai ser bem-vinda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.