28/Abr/2023
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comentou a instalação da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), aberta ontem no Câmara dos Deputados. O Congresso Nacional tem a prerrogativa de, quando achar que tem alguma coisa em desconformidade na sociedade, instalar comissão de inquérito para investigar. É prerrogativa e não se pode, em hipótese alguma, contestar essa prerrogativa. O ministro afirmou que gostaria que essa CPI não fosse transformada em palanque político. Fávaro voltou a repudiar as invasões de terra, destacando que nunca é momento para invasão de terra. Ele defende a reforma agrária e o papel do Estado é prover homens e mulheres que têm sonho de pedaço de terra, assim como é prover o cidadão mais humilde da casa própria. É papel do Estado ajudar que a reforma agrária aconteça dentro da lei, afirmou Fávaro.
O ministro comparou as invasões de terra produtivas à invasão do Congresso Nacional em 8 de janeiro pelos atos golpistas. "Invasão de terra é repugnante. Até porque área invadida não é passível de reforma agrária", observou. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar MDA), Paulo Teixeira, criticou a instalação da CPI sobre as invasões de terra, chamada de CPI do MST. Não está claro o que será investigado, pois as ocupações que não existem mais, as famílias já não estão naquelas terras. A CPI só alimenta a luta política ideológica que não serve a ninguém, que não move o País e que não resulta em algo positivo ao Brasil. O Congresso Nacional tem temas mais importantes para se debruçar. Por essa razão, o ministro considera acho que não deveria se tocar nessa CPI, que não tem fato determinado, tendo em vista que todos já saíram das áreas ocupadas.
Segundo o ministro, um plano de retomada para reforma agrária deve ser anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio. O presidente Lula vai lançar o plano de reforma agrária para que os trabalhadores rurais se ocupem de produzir o que o Brasil mais precisa no momento, que é falta comida na mesa do povo. O ministro voltou a defender a paz no campo, citando que o MST se retirou das áreas produtivas ocupadas e que há uma mesa de negociação entre governo, Suzano, Incra e MST sobre um acordo de reforma agrária no sul da Bahia. Foi possível mediar os conflitos. Isso está destensionado. O governo trabalha também para diminuir os conflitos no campo na região da Amazônia, no Pará, no Acre. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.