24/Abr/2023
Governadores, aliados e de oposição ao governo federal, criticaram a ofensiva do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que desde o dia 16 de abril realiza uma série de invasões na retomada do chamado "Abril Vermelho". Aliado do governo federal, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), fez coro às críticas. "Na hora que o movimento invade uma área da Embrapa, uma sede do Incra e propriedades produtivas, ele perde apoio político. O momento exige uma reflexão do movimento e um processo mais acelerado de políticas públicas no setor agrário". Também aliado de Lula, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), defendeu que o País tenha segurança jurídica. "É fundamental que o Brasil possa ter tranquilidade no campo e segurança jurídica da propriedade de terra. Deve se combater toda ilegalidade. Desejo que se construa uma pacificação desse ambiente e que possa valer a justiça para coibir toda e qualquer ilegalidade", disse Helder.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, seguiu na mesma linha. "Que bom o governo está criticando a ação do MST de áreas públicas produtivas. Eles têm que rever o que querem. Não pode acontecer uma invasão dessa só para terem apoio político. Me prece muito mais uma ação política. Esse movimento é estritamente político. quem faz balbúrdia perde a razão ", disse Castro. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, cancelou a palestra que faria a empresários na sexta-feira (21/04) no Lide Conference, em Londres, e retornou ao Brasil em meio à crise com o movimento. O ministro justificou a crise com o MST como motivo pelo cancelamento de sua participação no evento. Como parte da ofensiva, o MST voltou a invadir fazendas produtivas da Suzano, ocupou sedes do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) e invadiu área de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A ex-ministra do Meio Ambiente e Dilma, Isabela Teixeira também criticou o MST. “É preciso racionalidade na interlocução da agenda dos direitos do uso da terra no Brasil, mas sem invadir terra pública e propriedades. O diálogo político existe para isso. O MST tem uma maturidade política muito grande, pelo menos na minha época tinha. Isso não contribui. Dificulta o diálogo. Eles têm direitos, mas também têm deveres", disse a ex-ministra no evento. O MST afirmou que desocupará as áreas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Pernambuco, e da Suzano, no Espírito Santo, quando o governo federal tomar medidas para assentar as famílias que estão nestas áreas. Segundo o MST, as famílias sairão quando o governo autorizar a vistoria de cinco áreas em Petrolina (PE) e criar uma mesa de negociação MST, Suzano, governo federal e governo estadual do Espírito Santo. Além da manutenção dos atos nestas áreas até as medidas do Executivo, outras nove áreas consideradas improdutivas pelo MST permanecerão ocupadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.