20/Abr/2023

Parlamentares do núcleo agrário do Partido dos Trabalhadores (PT) defendem a autonomia do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para a realização de ações como pressão para reforma agrária, mas também avalizam a independência do governo na resposta ao movimento, apesar de este ser aliado fiel do partido e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O MST está certo em pressionar, mas o governo não pode atender a tudo o que o movimento solicita. O recado foi externado pelos deputados federais da legenda em encontro, no dia 18 de abril, com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira.

Desde o dia 16 de abril, o MST realiza uma série de invasões em propriedades rurais, sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e em uma unidade de pesquisa da Embrapa. Os parlamentares enfatizaram, junto ao ministro, a necessidade de independência do governo ante os movimentos sociais, incluindo as representações sociais do campo, e até mesmo de manifestações do Executivo contrárias aos atos do MST. O MST tem legitimidade para fazer suas ações e assumir as consequências delas. Ao governo, cabe dialogar com todos os setores da sociedade. O governo tem de dar resposta ao movimento social, dentro do que for possível ser feito, mas precisa montar uma mesa de negociação e retornar a reforma agrária. Não basta só dar título para assentado, como fez o governo anterior.

Por outro lado, os deputados cobraram o ministro, em tom amistoso, quanto à retomada da política de reforma agrária e da necessidade da apresentação de um plano de execução e retorno da política aos movimentos sociais do campo. Foi solicitado que o governo acelere o processo de assentamento das 70 mil a 80 mil famílias acampadas e que o MDA, como interlocutor, ajude a distensionar essa relação com o MST, dialogando e montando um cronograma quanto à reforma agrária. Questionado sobre a insatisfação do MST com as tratativas recentes com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, um deputado afirmou que nada mudou na relação entre MST e Executivo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.