18/Abr/2023

O ex-chanceler Celso Amorim, que hoje é assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, afirmou que o Brasil está aberto a estudar sua adesão à iniciativa "Belt and Road" (Cinturão e Rota), também conhecida como Nova Rota da Seda, um megaprograma de investimentos internacionais da China em infraestrutura. O Brasil está interessado em fazer a adesão, mas é importante entender quais são os projetos concretos que virão.

O assessor especial de assuntos internacionais da Presidência também fez comentários sobre a possibilidade de cooperação com a Huawei, em meio à pressão dos Estados Unidos sobre aliados contra a realização de negócios com a empresa de tecnologia chinesa. Amorim frisou que tecnologia não tem ideologia. A posição do Brasi será de buscar a oferta que seja a mais economicamente viável e que melhor possa atender as necessidades do País, sem considerações ideológicas ou mesmo geopolíticas.

Para ele, se o País puder diversificar as fontes de tecnologia, será o melhor. A Huawei está presente no Brasil e é muito importante. Na esteira dos acordos entre Brasil e China para que os países realizem negócios em moeda local, e da proposta de Lula de uso de uma moeda comum nas transações entre países emergentes, Amorim considerou natural a busca pelo uso de moedas próprias entre parceiros. Isso requer algumas adaptações das regras do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas é natural porque o dólar se tornou dominante após a Segunda Guerra Mundial. Antes, era a libra.

Então, agora, se for possível trabalhar com uma cesta de moedas, e usar a própria moeda para ampliar fluxos, seria uma boa alternativa. Para ele, é importante os países se libertarem da dominância de uma única moeda também por a hegemonia do dólar ser, algumas vezes, usada politicamente para impedir transações com países sob sanções. Ele citou como exemplo o Irã, com quem o Brasil tem dificuldades para ampliar o comércio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.