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11/Abr/2023

Bioinsumos: utilização em forte expansão no Brasil

Na semana passada dois segmentos ligados ao agro tiveram interessantes números revelados. O primeiro diz respeito ao explosivo crescimento dos defensivos agrícolas chamados bioinsumos, criados sem o uso de produtos químicos. No Brasil estes insumos vêm crescendo à impressionante marca de 60% ao ano, 3 vezes mais que a média mundial. Outro dado revelado durante o Congresso sobre Direito no Agronegócio, organizado pelo IBDA (Instituto Brasileiro de Direito Agrário): no ano 2030 este segmento deverá ter um valor equivalente a US$ 8 bilhões. E aí não está incluído o segmento de fertilizantes. Neste caso é mais difícil fazer um levantamento rápido porque muitos produtores rurais e agroindústrias estão produzindo seus "compostos" na propriedade, com formulações muito variadas, usando ou não componentes químicos, mesmo que em pequena quantidade. São mais usados resíduos industriais de diversas agroindústrias, como a "torta de filtro" das usinas de açúcar e de álcool.

Também há o uso intensivo de dejetos de animais criados em regime intensivo ou semi. Tudo crescendo muito rápido e em volumes surpreendentes. Representantes dos produtores de bioinsumos esperam que a regulação institucional para o setor seja completada logo para que os controles sejam mais rigorosos, premiando quem tem trabalhado dentro de normas atuais, consideradas corretas. O segundo tem a ver com a formalização do trabalho no campo e no agronegócio de maneira geral. Estudo realizado pelo FGVAgro, da Fundação Getúlio Vargas, mostra que, de 2019 a 2022, período que incorporou a vigência da pandemia, o agronegócio gerou 359,6 mil empregos formais, tendo encerrado 15,47 mil vagas informais. Com isso, a taxa de formalidade saltou de 38,4% para 40,1%, que é o maior porcentual desde que começou a ser medido em 2016. Hoje são 13,9 milhões de pessoas empregadas com carteira assinada nas fazendas de agropecuária e na agroindústria, de acordo com o Centro da FGV.

Ainda é um número inferior ao setor urbano industrial, mas o crescimento é uma notícia auspiciosa, porque vem acompanhada de outra informação: a massa salarial do setor aumentou. E o que explica isso? Os números são diferentes para os empregos formais no campo: na agropecuária como um todo as vagas formais abertas no período medido cresceram 7,7%. A diferença tem a ver com o aumento na agricultura, que foi de 10,1%, enquanto na pecuária foi de 3,2%. Mas, esse aumento menor na pecuária se deveu a uma maior tecnificação do segmento, em especial na gestão, com salários bem mais altos do que antes, uma vez que os trabalhadores contratados eram mais qualificados. Ainda há muita informalidade no trabalho no campo (como também na cidade), em boa parte, segundo os analistas da FGV, porque há uma grande quantidade de produtores rurais que só trabalham com seu CPF, e não têm CNPJ. Mas as coisas estão evoluindo positivamente. Fonte: Roberto Rodrigues. Broadcast Agro.