06/Abr/2023
O Movimento dos Sem Terra (MST) deu início às ações do “Abril Vermelho”, invadindo, na terça-feira (04/04), três engenhos em Timbaúba (PE), que somados chegam a 800 hectares, com a alegação de que são áreas improdutivas e sem função social. Aproximadamente 250 trabalhadores estão na área invadida. O MST prepara uma série de ações ao longo deste mês para marcar o chamado “Abril Vermelho”, que lembra o Massacre de Eldorado dos Carajás (PA), em 1996, e concentra atos em defesa da reforma agrária. A ofensiva do MST, que promete uma retomada massiva das ocupações, aumenta a pressão sobre o governo Lula.
De um lado, o governo federal não quer desagradar sua base; de outro, tenta conquistar o agronegócio, setor alinhado ao bolsonarismo. Em reação ao “Abril Vermelho”, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) lançou, na terça-feira (04/04), nas redes sociais a campanha Semana de combate à invasão de propriedade rural. Segundo a bancada ruralista, a invasão de terras é um crime grave que afeta toda a população. Essa prática ilegal causa prejuízos econômicos, sociais e ambientais, além de gerar insegurança jurídica e violência no campo.
Um vídeo com o lema "quem invade terras invade a sua casa, invade a sua mesa" também foi divulgado. O grupo reúne parlamentares próximos a grandes empresários do setor e, além disso, dispõe de votos que podem ser importantes para o governo, que ainda busca construir uma base sólida. Um dos responsáveis por afinar a relação do governo com o setor, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, criticou a invasão de propriedades produtivas. No entanto, o MST afirma que as ações de abril devem marcar uma nova etapa da atuação do movimento no novo governo Lula. Fonte: Broadcast Agro e O Globo. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.