04/Abr/2023
Segundo a consultoria Stonex, o salto nos preços do petróleo de US$ 79,00 por barril para US$ 84,00 por barril na esteira do corte de 1,1 milhão de barris por dia pela Opep+ ainda não pressionam os preços praticados pela Petrobras em suas refinarias. O aumento apenas reduz o conforto da estatal nessa frente, mas ainda não extingue o prêmio que a empresa vem praticando, sobretudo no caso do diesel. Nesta segunda-feira (03/04), a Petrobras ainda vendia diesel 4,9% ou R$ 0,19 por litro acima do preço de paridade de importação (PPI). No fechamento do mercado da última sexta-feira (31/03), esse espaço era pouco maior, de R$ 0,25 por litro (6,3%). O caso da gasolina é mais apertado. A Petrobras pratica agora preços alinhados com o PPI, ante um prêmio de R$ 0,03 por litro ou 0,9% na sexta-feira (31/03).
O espaço para reduções caiu, mas ainda existe. O diesel, inclusive, ainda deve consolidar mais espaço para queda de preço nas refinarias. A gasolina está no limiar de começar uma defasagem com relação ao PPI. O recuo do dólar tem compensado a alta nos preços do petróleo, atenuando os impactos sobre combustíveis. E, estruturalmente, as pressões de oferta e demanda seguem estáveis, apesar do movimento da Opep+. O mercado mundial tem se acomodado bastante. As condições de oferta e demanda foram bem amenizadas, com os estoques americanos e europeus em níveis mais confortáveis. Em paralelo, o mercado superdimensionou o impacto dos embargos aos combustíveis de origem russa, oficialmente inaugurado em fevereiro.
Havia a percepção de que a Rússia não conseguiria escoar produção, mas o país tem encontrado mercado na Ásia, África e até no Brasil. No fim das contas, a reorientação dos fluxos de óleo e derivados russos de Estados Unidos e, sobretudo Europa, para outros mercados não tem deixado espaço para choques de oferta e tem mantido estáveis os estoques mundiais, o que ancora as cotações. Por fim, sobre a decisão da Opep+, o corte de 1,1 milhão de barris por dia é, na prática, menor, próximo a 500 mil barris por dia, em função da diferença entre a meta de produção e o volume de fato ofertado pelos países. Isso também ameniza o efeito prático do corte, embora os mercados tenham amanhecido nervosos nesta segunda-feira (03/04). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.