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23/Fev/2023

Moderfrota: setor aguarda novo aporte de recursos

Ao mesmo tempo em que prepara suas propostas para o Plano Safra 2023/2024, a indústria de máquinas agrícolas ainda busca recursos para financiamentos de equipamentos para o ano-safra 2022/2023, que se encerra em junho/2023. A ostensiva se dá especialmente sobre o Moderfrota, principal linha de crédito do setor, que já se encontra esgotada no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Dos R$ 8,764 bilhões projetados para o Moderfrota no atual ano-safra, R$ 8,963 bilhões foram aplicados até novembro, conforme dados do Banco Central. A demanda represada por recursos e o calendário de feiras agrícolas que devem ocorrer até o novo ano agrícola, em julho/2023, justificam o pedido por recursos adicionais para o restante da safra. No governo, há estudos para tentar liberar outros R$ 2 bilhões para o Moderfrota via BNDES. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) articula a ampliação de verba para o período remanescente da safra junto ao Ministério da Agricultura.

Primeiro, seriam necessários recursos para 2022/2023 e depois para 2023/2024. Não há disponibilidade de recursos equalizados. Embora o agricultor esteja capitalizado e haja financiamentos de bancos privados, ainda há mais quatro meses até o próximo Plano Safra, segundo a Anfavea. Segundo a entidade, a principal preocupação do setor é com os produtores que utilizam o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) para financiamento de máquinas. Os grandes produtores têm acesso e buscam outras formas de recursos. A entidade espera que haja liberação de mais recursos para o Plano Safra 2022/2023, especialmente pelo BNDES, cujas linhas são mais atrativas. O valor necessário para suplementação até o fim da safra está sendo verificado pelo setor. Segundo a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), há necessidade de recursos até o fim do Plano Safra em 30 de junho em virtude das feiras agrícolas, onde há intensa negociação de máquinas, que ainda estão por vir.

Até junho, teremos o circuito das principais feiras agrícolas de negócios: Show Rural Coopavel, Expodireto Cotrijal, Tecnoshow Comigo, Agrobrasília e Agrishow. As empresas não podem ir para a feira sem haver recursos para que o agricultor possa investir na renovação da frota. A indústria está calculando qual seria o valor necessário para a suplementação de financiamento de máquinas agrícolas até o fim do Plano Safra, incluindo verba para as linhas Pronaf, Moderfrota, PCA, ABC e Irrigação. A interlocução dos fabricantes de máquinas agrícolas com o Ministério da Agricultura começou na semana no Show Rural Coopavel, feira agrícola realizada em Cascavel (PR). O futuro secretário de Política Agrícola, Neri Geller, esteve no evento para agenda com a indústria. Segundo ele, o governo entende a necessidade de previsibilidade para a indústria e o produtor rural e vemos esforços em ampliação de recursos, mas o orçamento é curto e irão verificar o que pode ser feito.

No fim de janeiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a reabertura de R$ 2,9 bilhões em linhas de crédito agropecuário. Deste montante, R$ 1 bilhão foi destinado ao Moderfrota e se esgotou em cinco dias. Na semana posterior, contudo, o BNDES informou a suspensão da linha, assim como de outras dez, em virtude da escassez de recursos. Esse R$ 1 bilhão foi suficiente apenas para liberar o que já estava na esteira da indústria. É importante que novos recursos sejam direcionados para linhas subvencionadas porque as taxas do BNDES Crédito Rural, linha própria do banco, são pouco atrativas para o produtor rural, segundo a Abag. No acumulado do Plano Safra 2022/2023, o BNDES já desembolsou R$ 2,148 bilhões por meio do Moderfrota. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, voltou a afirmar que o governo negocia recursos tanto via linhas de crédito repassadas pelo BNDES quanto suplementação para equalização de taxas de juros do ano-safra 2022/2023.

Por meio do BNDES, o presidente do banco, Aloizio Mercadante, estaria providenciando R$ 5 bilhões para retomada de crédito. Destes R$ 5 bilhões previstos, R$ 2 bilhões tendem a ser remanejados para abertura do Moderfrota. O governo diz também que está levantando junto à indústria de máquinas agrícolas qual seria o volume necessário de recursos para suplementação do ano-safra 2022/2023, visando atender os pedidos até o fim de junho e garantir a liberação da verba sem interrupções. Estes R$ 2 bilhões adicionais, previstos pelo BNDES, não representariam o aquecimento do mercado e não são suficientes sequer para a demanda represada, mas ajudam a liberar os pedidos já protocolados para produtores que necessitam do maquinário. É importante também ter a previsão de quando seria liberado o valor e não a surpresa do remanejamento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.