17/Fev/2023

O diretor presidente da Kepler Weber, Piero Abbondi, disse nesta quinta-feira (16/02) que a companhia tem percebido uma demanda "bastante" robusta, sustentada pela perspectiva de safra recorde de grãos no ciclo 2022/23. "Tivemos a primeira feira agrícola na semana passada, em Cascavel (PR), o Show Rural Coopavel, e o sentimento foi muito positivo, pela demanda e interesse (dos visitantes). Os pedidos continuam bastante altos", disse Abbondi em teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre de 2022, realizada nesta quinta-feira. A diretoria da Kepler também tem observado demanda "grande" da agroindústria, frente de negócio recentemente criada pela empresa, bem como de cooperativas e terminais logísticos, segundo o diretor comercial da empresa, Bernardo Nogueira, que participou da teleconferência. Nogueira deve passar ao longo de 2023 por um processo sucessório para assumir a presidência da companhia em 2024, conforme informou Abbondi na webinar.

"Esse (o segmento de agroindústria e empresas) tem sido nosso foco nos últimos dois meses. Passamos de um foco maior em CPFs (produtores rurais) para CNPJ (empresas), e com bons resultados", afirmou Nogueira. "Nossa carteira hoje está num nível histórico; 2022 foi um ano excepcional, 2023 será um bom ano, talvez com mix um pouco maior em agroindústrias e CNPJs, muito puxado pela exuberância do agro brasileiro", continuou. Abbondi assegurou que, caso haja necessidade de ampliar a capacidade produtiva, a Kepler tem condições de viabilizar a expansão com investimentos pontuais, em razão da estrutura de suas fábricas, que operam dentro de um sistema de manufatura enxuta. No fim de 2022, a Kepler usava 90% da capacidade produtiva, de acordo com o diretor financeiro e de Relações com Investidores, Paulo Polezi, em virtude dos prazos mais estendidos de entrega decorrentes de problemas na cadeia de abastecimento.

"Entramos em 2023 com prazos menores, o que traz um alívio para nossa capacidade e nos permite trabalhar com mais tranquilidade nos próximos meses, inclusive para atender projetos de agroindústrias, portos e terminais, que são 'taylor made' (customizados) e demandam um pouco mais de capacidade", disse Polezi. Polezi e Abbondi reforçaram que o caixa atual caixa da companhia permite à Kepler adquirir empresas, se surgirem boas oportunidades. "A empresa tem uma estrutura de capital muito robusta. Temos de aproveitar essa vantagem competitiva e estamos olhando oportunidades de crescimento inorgânico em segmentos correlatos", afirmou Abbondi. Sobre a escassez de recursos do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), Polezi afirmou que "é um problema, mas não tanto", porque produtores rurais continuam bem capitalizados e há outras linhas no mercado com prazos longos e, na avaliação dele, competitivas. "O PCA, por melhor que venha, será sempre insuficiente. Por isso estamos trabalhando em outras alavancas, no nosso fundo, em aluguel de silos", acrescentou Abbondi.

Fonte: Broadcast Agro.