15/Fev/2023

Uma safra 38 milhões de toneladas maior em 2022/2023 ante a temporada 2021/2022 para soja, milho e açúcar deve elevar a demanda por transportes neste ano em comparação com igual período do ano passado, segundo o pesquisador do grupo Esalq-LOG Fernando Bastiani. A demanda por transportes vai ser maior e teremos um volume muito maior para ser movimentado. As previsões da Esalq-LOG são de que os preços dos fretes para os grãos sejam maiores neste ano em relação ao ano anterior, variando entre R$ 400 e R$ 450 a tonelada ao longo de 2023. Para os fertilizantes, a perspectiva é de preços entre R$ 300 e R$ 350 a tonelada ao longo do ano. Já para o açúcar, a conjuntura aponta para alta, mas em menor grau, se comparada com os grãos e os fertilizantes, operando em torno de R$ 150 a R$ 200 a tonelada no ano. A safra de soja e milho em 2022/2023 deverá ser confirmada como recorde, com, respectivamente, 153 milhões de toneladas (+22% ante 2021/2022) e 124 milhões de toneladas (10% ante 2021/2022).

Para o açúcar, o cenário ainda é incerto. No caso do açúcar, a decisão sobre a continuidade ou não da isenção tributária para a gasolina deve interferir diretamente na produção desta temporada. Caso não ocorra a continuidade da isenção para a gasolina, a conjuntura deve favorecer um mix mais alcooleiro, com a produção de açúcar mais destinada ao álcool. A previsão de produção de açúcar na safra 2023/2024 - que se inicia em abril de 2023 - é de 37 milhões de toneladas, alta de 3 milhões de toneladas ante a temporada anterior. A maior concentração na colheita de soja no País, entre os meses de fevereiro e março, deve ter efeito também sobre o mercado de fretes de fertilizantes. Neste período em que os fretes de grãos estão mais elevados, os preços para o transporte de fertilizantes ficam reduzidos. Esse cenário é um fator interessante porque barateia os custos para o transporte dos fertilizantes. É um comportamento ambíguo que está se esperando para 2023.

No caso do açúcar, a expectativa é de que se tenha aumento entre 10% e 15% de preços durante os meses de abril e maio, como ocorreu em 2022, quando os preços atingiram picos nesse período. Esse cenário se dá em razão do aumento de produção do açúcar e de maiores volumes exportados. Neste sentido, o preço do frete deverá ficar em torno de R$ 200 a tonelada. No segundo semestre de 2023, a demanda por fretes deve ser superior à do primeiro semestre do ano. Teremos a 2ª safra de milho, que deve ser recorde, maiores exportações de açúcar e o restante da safra de verão da soja. O atraso na colheita da oleaginosa verão também jogará essa demanda por transportes para a frente. Observa-se um segundo semestre de 2023 mais aquecido. O ano de 2023 deve ser marcado pela maior produção das commodities e achatamento das curvas de exportações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.