15/Fev/2023
A Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) trabalha com um cenário de queda das vendas neste ano, em comparação aos R$ 91 bilhões faturados em 2022, mas ainda não consegue mensurar a dimensão do recuo, segundo o presidente da CSMIA, Pedro Estevão Bastos. Há a possibilidade de um primeiro semestre muito ruim para o segmento, pela incerteza quanto à oferta de mais crédito com taxas subsidiadas para financiar as compras de máquinas e equipamentos por produtores. A agricultura está muito bem, com uma bela colheita na safra de verão, com exceção do Rio Grande do Sul. O setor já estava capitalizado e nesta safra terá uma colheita boa, então os fundamentos da agricultura estão indo muito bem.
Mas a falta de previsibilidade da política pública acaba fazendo com que os negócios fiquem travados. E as taxas de juros de mercado estão muito caras. Os produtores compram máquinas geralmente com taxa prefixada e, quando pensam em pagar por 5 a 7 anos, 16% ao ano, entendem que é caro. Em novembro e dezembro, as vendas de máquinas e implementos agrícolas por associadas da CSMIA caíram 20% em comparação a iguais meses de 2021. Para janeiro de 2023, cujos dados devem ser divulgados no fim deste mês, a expectativa é de queda ainda mais acentuada. O setor quer esperar os primeiros 100 dias de governo, para calibrar um número para 2023. Não se conseguirá repetir o resultado de 2022, porque, do jeito que vai o primeiro semestre, teremos queda de vendas.
No segundo semestre, todos voltam a comprar, tem alguma previsibilidade de recursos do Plano Safra 2023/2024, mas não se recupera a venda pela própria capacidade da indústria de produzir, pois não dá para fazer estoques. Ainda que haja perspectiva de queda nas vendas, elas não devem cair tanto, porque os produtores estão muito bem capitalizados. Em 2022, a CSMIA alcançou faturamento de R$ 91 bilhões, 1,7% superior ao contabilizado em 2021. A alta, modesta, ocorreu em cima de expansões consideráveis do mercado por dois anos consecutivos, 2020 e 2021, de 17% e 48%, respectivamente. Em 2022, o que estragou a previsão de crescimento de 5% em 2022 foram os meses de novembro e dezembro, por causa do juro alto e do vácuo da política pública, com falta de crédito. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.