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13/Fev/2023

Máquinas Agrícolas: Massey vê vendas crescendo

A escassez de recursos do Moderfrota, principal linha de crédito público para financiamento de máquinas agrícolas, não deve limitar as vendas do setor neste ano, estima a Massey Ferguson, marca de máquinas agrícolas do grupo AGCO. "Acreditamos que pode haver impacto muito localizado, mas que não vai afetar a demanda de 2023. O produtor tende a migrar para outras ferramentas, linhas e recursos financeiros em virtude da demanda, que seguirá muito forte. A necessidade do aumento de produtividade, que exige máquinas e tecnologias mais modernas, e o aumento da área plantada fazem com que a demanda siga robusta", avaliou o diretor de Vendas da Massey Ferguson, Alexandre Stucchi, ao Broadcast Agro, durante o Show Rural Coopavel, feira agrícola realizada em Cascavel (PR). Na semana passada, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a suspensão dos protocolos de novos pedidos de financiamento do Moderfrota do Plano Safra 2022/2023, que vai até o fim de junho.

Na avaliação de Stucchi, as linhas governamentais de crédito rural são "importantes", mas o executivo pondera que o agricultor segue capitalizado e buscando alternativas, com linhas de crédito de bancos privados e de fábrica para manter os investimentos. "O fato de a nova liberação de recursos para o Moderfrota ter se esgotado rapidamente mostra que o agro continua muito forte e que busca tecnologias e novas máquinas. Temos projeção de safra recorde em 2022/2023 e seguramente vamos atingir novo recorde na safra 2023/2024, o que exige novos investimentos em tecnologia e renovação de frota pelo produtor. Isso nos deixa confiantes", comentou. A Massey estima que o mercado brasileiro de máquinas agrícolas cresça cerca de 2,5% este ano e prevê acompanhar o desempenho do setor. Stucchi afirma que a companhia tem uma "visão otimista e de confiança" no crescimento do agronegócio brasileiro. "Viemos de anos com demanda muito grande da agricultura para renovação e substituição do maquinário.

Crescer 2,5% sobre anos de pujança do agronegócio, após crescimentos relevantes em 2021 e 2022, mostra otimismo em cenário desafiador", acrescentou o diretor de Vendas da Massey. Ele acredita que o patamar elevado de juros não deve ser um fator limitante e que pode afetar momentaneamente o agricultor com menor capacidade de investimento. "Em 2022, tivemos esse cenário muito semelhante, de limitação de crédito governamental, que foi sendo suportado por outras linhas, e juros de dois dígitos e mesmo assim tivemos uma procura muito forte. Então, não acreditamos que isso afetará negativamente o mercado de máquinas agrícolas em 2023", explicou. Se de um lado, a demanda por máquinas agrícolas permanece firme, do outro, a cadeia de fornecimento de componentes e matéria-prima para os equipamentos ainda segue instável, observou Stucchi. "Houve uma melhora na cadeia de fornecimento de componentes de matéria-prima ao longo de 2022, mas ainda temos instabilidade no fornecimento de algumas peças nacionais e importadas”, afirma ele.

Stucchi afirma que “entendemos que neste ano vamos sofrer seis meses com essa instabilidade, que tende a diminuir a partir do segundo semestre de 2023, quando devemos ter melhor estabilidade na cadeia de fornecimento", projetou. Apesar da permanência da instabilidade, ele destacou que os estoques e prazos de entrega da indústria melhoraram em relação ao ano passado, quando o setor chegou a reportar seis meses para entrega de equipamentos em virtude da falta de componentes no mercado. A Massey, por exemplo, explica o executivo, ampliou sua cadeia de fornecedores e vem desenvolvendo novos fornecedores nacionais e internacionais. "A demanda, que segue alta, pode ser mais bem suprida com os estoques melhor regulados. Uma regularização da entrega não necessariamente significa neste momento melhor disponibilidade de componentes", acrescentou. Para ele, neste cenário, o planejamento do agricultor quanto à sua necessidade de máquinas será ainda mais importante. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.