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13/Fev/2023

Insumos: atraso nas compras para soja 2023/2024

A Basf, multinacional de sementes e agroquímicos, observa atraso na comercialização de insumos no mercado brasileiro para a safra de soja 2023/2024, semeada a partir de setembro. Em sementes, as vendas antecipadas do mercado, em geral, atingem entre 50% e 60% do estimado, enquanto em ciclos anteriores o percentual em igual período era de 90%. De defensivos, os produtores de soja já garantiram em média 40% do volume necessário para o ciclo 2023/2024, também abaixo da média das últimas safras, de 65% a 75%, em igual período. A venda antecipada da soja em grão para entrega futura dita o ritmo de comercialização de insumos. E os produtores estão atrasados na venda da soja em relação aos anos anteriores. O agricultor está cauteloso no fechamento do custo.

A companhia está entre as cinco maiores em participação de mercado de sementes de soja. Os produtores estão travando o custo dos insumos para a próxima safra por prioridades: fertilizantes, sementes e defensivos. Em sementes, o movimento é mais intenso na compra antecipada de cultivares que o produtor já conhece o resultado de vigor, germinação e produtividade. Ele tem receio em não encontrar determinada variedade que gosta e, por isso, fecha antes. No mercado de defensivos, as vendas estão mais atrasadas na Região Sul, com cerca de 10% do volume necessário já assegurado pelos sojicultores. Uma minoria que está bem capitalizada já aproveitou os preços menores de defensivos para fechar as compras. Em fertilizantes, após o aumento expressivo na safra passada e o recuo das cotações desde o fim do ano, o produtor já comprou praticamente todo o volume.

Além da baixa comercialização prévia do grão, há uma expectativa dos produtores, de queda no preço dos insumos, especialmente nos defensivos, como ocorreu com os herbicidas em 2022. Mas, isso não ocorrerá para muitos produtos. Os produtores que estão fechando o custo da safra no momento irão formar a safra 2023/2024 com um custo muito bom. A comercialização tanto de soja quanto de insumos para a lavoura 2023/2024 deve avançar nos próximos dois meses. A comercialização de soja da safra 2023/2024 tende a avançar nos próximos meses em virtude da pressão logística em meio à colheita da safra 2022/2023, da colheita de milho 2ª safra de 2023 e dos estoques ainda remanescentes da temporada 2021/2022. Haverá uma pressão de venda pelo espaço nos armazéns. Neste momento, o produtor está indo na contramão, deveria pelo menos estar vendendo o grão para garantir o travamento de custos de 2023/2024.

De 20% a 25% da safra de soja 2023/2024 está comercializada ante porcentual entre 50% e 60% de temporadas anteriores. Há maior volume vendido em Mato Grosso com maior atraso na Região Sul. É normal haver descompasso entre as regiões, na comercialização, mas a média nacional está atrasada porque o produtor está receoso e acreditando que o preço da soja possa subir, mas são vários os fatores que apontam para a queda do preço, como o estoque maior de soja no mundo e o dólar com tendência baixista. O preço atual ainda é muito favorável para o produtor. Além disso, o Brasil, com exceção do Rio Grande do Sul, terá uma colheita muito boa. Mesmo com o atraso nas compras de insumos, o custo de produção de soja da safra 2023/2024 será menor com uma relação de troca (entre insumo e grão) mais favorável ao produtor brasileiro.

Talvez se chegue à segunda melhor relação de troca para o agricultor. A safra 2021/2022 apresentou a melhor relação de troca, enquanto a de 2022/2023 foi uma das priores. O mercado está voltando à normalidade na relação de troca entre o custo necessário para fazer a lavoura e o preço de venda dos grãos. Considerando um pacote tecnológico bom, na safra 2021/2022, a relação de troca foi de 19 sacas de 60 Kg por volume de defensivo necessário para a aplicação em um hectare. Na temporada 2021/2022, a relação de troca entre grão e defensivo foi de 29 sacas de 60 Kg por hectare, enquanto na próxima tende a alcançar 21 sacas de 60 Kg por hectare. A média é entre 22 e 25 sacas de 60 Kg de soja por hectare de defensivo aplicado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.