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07/Fev/2023

Fertilizantes: relações de troca seguem melhorando

A atual melhora na relação de troca para compra de fertilizantes no Brasil, que favorece o agricultor, tem efeito limitado para a temporada de 2022/2023, visto que os produtores da maioria dos Estados já realizaram as compras do insumo que será utilizado no plantio da 2ª safra de 2023. Somente Minas Gerais e São Paulo dentre os principais Estados produtores ainda teriam “janela” para compra de adubos para o milho 2ª safra de 2023. Faltam entre 15% e 20% ainda da necessidade de fertilizantes para comprar para a 2ª safra de 2023 nessas localidades, sobretudo em nitrogenados. Por outro lado, a queda na relação de troca incentiva os produtores, especialmente de Mato Grosso, que é o primeiro a iniciar o plantio, a trabalharem nas compras para a próxima safra, que terá início em setembro. No caso da soja, Mato Grosso está com 55% dos fertilizantes adquiridos de 2023/2024, um número próximo da média histórica, mas acima dos 44% do mesmo período do ano passado.

Produtores de outras regiões, como o Paraná, normalmente caminham fazem as aquisições de insumos mais lentamente e estão com cerca de 15% a 20% das compras de adubos realizadas para 2023/2024. Nestes casos, há mais espaço para aproveitar a relação de troca favorável ao produtor. Há também um sentimento de cautela por parte do agricultor porque, no ano passado, quem antecipou muito as compras pagou mais caro que quem comprou mais próximo da safra, em meados de agosto, quando os preços já tinham começado a cair. Nesta segunda-feira (06/02), a multinacional Mosaic informou que o Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF), calculado pela companhia, alcançou em janeiro a média de 0,99 ponto, o número mais baixo dos últimos 19 meses que indica que a relação de troca para aquisição de adubos está favorável ao agricultor. O indicador ficou abaixo do patamar de 1,02 registrado em dezembro e de 1,49 visto no mesmo mês em 2022.

De acordo com a metodologia do IPCF, sempre que o indicador fica abaixo de 1, os agricultores tiveram uma relação de troca positiva. Resultados superiores a 1 mostram que o poder de compra está menos favorável ao produtor rural. O resultado do começo do ano se deve à redução superior dos preços de fertilizantes (-2%) em relação ao das commodities agrícolas (-1,5%), além queda dos custos logísticos internacionais do frete marítimo e da taxação nos portos brasileiros. A baixa nos preços dos fertilizantes foi liderada pelos nutrientes ureia, cloreto de potássio e fosfato monoamônico. O mercado brasileiro demandou mais por fosfatados do que o mercado global, enquanto a procura por potássicos ficou estável. A menor demanda global por nitrogenados e a redução do gás natural influenciaram os custos de produção de fertilizantes. O índice também é ponderado pelo câmbio, que teve variação de 0,8% para baixo no dólar. Vale lembrar que o IPCF encerrou 2022 com média anual de 1,47 ponto, o patamar mais alto desde 2019, com resultados elevados durante o primeiro semestre do ano passado pesando mais do que a desaceleração ocorrida no final do ano.

A alta de preços de adubos na primeira metade de 2022 foi motivada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, que gerou incerteza sobre o fornecimento dos insumos russos e de seu aliado Belarus em um primeiro momento. Porém, com a continuidade das entregas aos importadores, o mercado se acostumou a negociar com esses países mesmo diante do conflito, o que afasta o risco de escassez. Antes mesmo do início da guerra os preços já estavam altos, então agora não há muito espaço para cair, mas novas quedas de preço não estão descartadas, com o mercado voltando à normalidade das cotações. Atualmente, são necessárias cerca de 20 sacas de 60 Kg de soja para a compra de 1 tonelada de cloreto de potássio, com preço base Porto de Paranaguá (PR). O número está abaixo das 30 sacas de 60 Kg que eram necessárias um ano antes, mas ainda acima da média histórica de 18 sacas de 60 Kg. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.