31/Jan/2023

A indústria química vislumbra um cenário de recuperação de mercado para produtos nacionais nos próximos anos, e espera reverter, ao menos em parte, o déficit na balança comercial que no ano passado chegou a US$ 63 bilhões. A expectativa do setor, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que até 2030 essa cifra caia a US$ 33 bilhões. Nos próximos sete anos, o setor deve investir US$ 5 bilhões por ano, e tem planos de reduzir a capacidade ociosa, que hoje está em aproximadamente 27%. Há condições de oferecer um pacote de investimentos que pode reindustrializar o Brasil.

A Abiquim apresentou recentemente ao governo uma agenda com pontos fundamentais para a recuperação do setor, que passa por melhorar a disponibilidade de gás natural a preço competitivo. Hoje, a molécula é um dos principais custos das indústrias químicas, e uma ação do Estado poderia destravar a competitividade do setor. Tudo isso foi apresentado ao governo, e o setor pode entregar usando energias renováveis e matérias-primas renováveis. Esses pontos foram apresentados ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em reunião realizada há duas semanas. Em outra ponta, há uma forte aposta do segmento nos chamados novos energéticos, como o hidrogênio e a amônia verdes, que já atraem o interesse de grandes nomes como a Unigel e a fabricante de fertilizantes Yara.

Um ponto importante para avançar com a agenda de crescimento é o governo traçar um plano de estímulo à química verde, usando energias renováveis, e articular políticas públicas como a criação de um mercado de carbono, além de estímulos à economia circular com a gestão de resíduos sólidos. Iniciativas que têm sido adotadas em outros países, como nos Estados Unidos e nas principais economias da Europa, que têm procurado avançar com essa agenda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.