26/Jan/2023
O ex-diretor do departamento de Ásia e Pacífico do Fundo Monetário Internacional (FMI), Jonathan Ostry, divulgou, no dia 24 de janeiro, uma análise sobre como o frete, ignorado por bancos centrais, tem sido o maior catalisador para o aumento persistente da inflação global. Quando os custos sobre o frete explodiram durante o final de 2021, os bancos centrais já deveriam ter acendido um alerta e iniciado ações de aperto monetário. É provável que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) tenha aumentado ainda mais as taxas de juros para compensar o atraso no início. Nem o Fed, o FMI ou outros bancos centrais conseguiram prever o aumento persistente da inflação global na época.
Segundo o estudo, efeitos do choque nos custos de frete sobre a inflação são de duração mais prolongada do que os efeitos do choque nos preços das commodities, podendo durar de um ano até 18 meses. A pesquisa mostra que o maior impacto do frete já passou. Declínios nos preços de frete devem contribuir para reverter pressões inflacionárias e trazer o índice para baixo no próximo ano. Os custos de frete podem ser um fator útil para bancos centrais responsáveis por garantir a estabilidade de preços, evitando riscos de, mais uma vez, "ficar para trás" no controle da curva. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.