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12/Dez/2022

Defensivos: combate à desinformação e fake news

O combate a desinformação e disseminação de notícias falsas, as chamadas fake news, são uma das prioridades do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS). Recentemente, enquanto o Congresso tentava modernizar a lei de defensivos que estava em pauta há mais de 20 anos, foi feita uma afirmação por parte da ONG Greenpeace atacando o agro dizendo que o Brasil 'come veneno'. Através de uma charge, em que uma criança que assiste à Copa do Mundo pergunta à mãe se é verdade que nós, brasileiros, comemos veneno enquanto os outros países não, a informação falsa divulgada. Muitas razões evidenciam a falta de veracidade da informação. As pessoas confundem a liderança no mercado com o consumo. O consumo, deve ser expresso através da quantidade de defensivos que são aplicados por área ou produto colhido.

Se levar em consideração esses indicadores que são os corretos, o Brasil fica em posição muito abaixo de países como Holanda, França ou Japão, considerados países desenvolvidos. Ou seja, o Brasil usa bastante porque produz muito. O mercado é muito grande porque o País tem uma área grande, fazendo 2 ou 3 safras por ano e, além, disso o Brasil é um país tropical onde as pragas são frequentes, o agricultor só usa quando realmente necessário e com todo o cuidado porque ele não quer onerar seu custo de produção. Os próprios órgãos do Brasil, tanto o Ministério da Agricultura tem programa nacional de controle de resíduos, como a Anvisa também tem um programa de análise demonstrado nos últimos anos que a quantidade de resíduos é ínfima no Brasil. É praticamente irrelevante. As pessoas também confundem o consumidor, porque o relatório elaborado pela Anvisa, que é um programa chamado PARA (Programa de Análise de Resíduos em Alimentos), chama de inconformidade quando temos resíduos de produtos em culturas que não se tem produto registrado para ela.

O PL dos Defensivos vai ajudar a regularizar, aumentar o número de registros, que é uma questão unicamente legal, para essas culturas menores que são, de maneira inadequada, relatadas como inconformidade, mas não por excesso de produto, é que a simples presença já caracteriza o uso impróprio, porque são as minor crops (pequenas culturas), com culturas com suporte fitossanitário insuficiente. Algumas vezes a disseminação de informações falsas é a falta de conhecimento e por isso a importância de se buscar opiniões baseadas em cunho científico. As pessoas que realmente conhecem o assunto têm menos chance de se expor nos meios de comunicação do que determinadas ONGs ou influencers digitais, por isso a fake news está se propagando. A razão pode ser ideológica, mas pode ser também por falta de conhecimento ou até mesmo interesse econômico.

Há ainda uma importante questão: essas fake news prejudicam não só o povo do País que fica alienado, como também a relação do Brasil com a exportação, o que traz reflexos negativos para todos na cadeia. Toda vez que prejudica a imagem do agro brasileiro no exterior, e o Brasil é a grande potência agrícola e ambiental, que alimenta quase 1 bilhão de pessoas no mundo inteiro, existem interesses de países que são competidores e gostariam de implementar barreira não tarifária, como a de imagem irreal de que nossos alimentos podem estar contaminados com defensivos agrícolas. Existe esse controle no Brasil, os supermercados fazem levantamento sistemático da qualidade dos alimentos e todos esses países que importam nossos alimentos também fazem, eles não estariam comprando se tivesse prejuízo na sua qualidade. Fonte: CCAS. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.