05/Out/2022
A fabricante de máquinas e implementos agrícolas Stara, com sede no Rio Grande do Sul, reconheceu o envio de comunicado aos fornecedores alertando sobre cortar orçamento em ao menos 30%, em 2023, caso resultado do primeiro turno das eleições seja mantido, ou seja, com ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) eleito. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o diretor-presidente da Stara, Átila Stapelbroek Trennepohl, relatou que o comunicado foi dedicado "exclusivamente" aos fornecedores e que não visa coagir pessoas a votar "no A ou no B". Trennepohl afirma que se trata de "prática comum" na empresa no segundo semestre fazer projeções para o próximo ano e repassar aos fornecedores.
"Compartilhamos essas informações com nossos fornecedores para que possam se preparar e organizar suas empresas da melhor forma possível. Devido a toda instabilidade econômica, estamos refazendo nossa projeção para 2023, o que é absolutamente natural dentro das empresas. Esse comunicado visa deixar claro essa informação para os nossos fornecedores", disse o empresário. No vídeo, Trennepohl diz aos colaboradores que podem ficar "tranquilos", que a empresa tem muito trabalho e seguirá "firme e forte". Aos clientes e às concessionárias da fabricante de máquinas, o CEO pede para continuarem "acreditando" na empresa como série e idônea.
"Não acreditem em fake news que falam que a Stara vai demitir. Isso não é verdade. Não é isso que a Stara passou ao mercado e muito menos queremos coagir pessoas a votar no A ou no B. Somos uma empresa séria que tem responsabilidade com a cadeia produtiva, clientes e colaboradores", afirmou. "Seguimos juntos acreditando nesta nação e no agronegócio", concluiu o CEO da Stara. O respectivo comunicado foi encaminhado no dia 3 de outubro aos fornecedores da empresa e assinado pelo diretor administrativo e financeiro da companhia, Fábio Augusto Bocasanta.
"Diante da atual instabilidade política e possível alteração de diretrizes econômicas no Brasil após os resultados prévios do pleito eleitoral deflagrado em 2 de outubro e, em se mantendo este mesmo resultado no 2º turno, a empresa deverá reduzir sua base orçamentária para o próximo ano em pelo menos 30%, consequentemente o que afetará o nosso poder de compra e produção, desencadeando uma queda significativa em nossos números", informou a carta aos fornecedores que circula em redes sociais. A Stara pertence ao empresário Gilson Lari Trennepohl. Filiado ao União Brasil, Trennepohl também é vice-prefeito Não-Me-Toque (RS), sede da Stara, e diretor de um grupo de comunicação local.
O empresário está entre os dez maiores doadores entre pessoas físicas à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Conforme registro no Tribunal Superior Eleitoral, ele doou R$ 350 mil à campanha do atual chefe do Executivo. A assessoria de imprensa do Ministério Público do Rio Grande do Sul informou que a procuradoria já foi comunicada do caso e está apurando internamente. Neste caso, a atuação compete à Procuradoria Geral Eleitoral em Brasília, ligada à Procuradoria Geral da República, porque envolve citação à eleição presidencial e a PGR atua perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Procuradoria Geral Eleitoral ainda não recebeu representação sobre o caso. Fonte: Broadcast Agro.