ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

30/Ago/2022

Diesel: cenário de abastecimento está confortável

Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), o abastecimento de diesel S10A segue estável no País com pequeno déficit previsto somente para o mês de novembro. Para novembro, o déficit estimado é de 12 mil metros cúbicos de diesel S10 A. Neste mês de agosto, setembro e dezembro, o IBP prevê saldo positivo, com volume de combustível produzido no País e importado acima do consumo. Em outubro, esses volumes empatam. Trata-se de uma melhora na comparação com as previsões anteriores, publicadas em boletim de 8 de agosto, quando o IBP previa déficits maiores em três meses até o fim do ano (setembro, novembro e dezembro).

Ainda naquele cenário, as reservas operacionais de produtores e distribuidores cobririam bem a falta de combustível. No cenário atual, portanto, a situação é ainda mais confortável. Essa melhora das estimativas do setor se deve ao aumento das importações previstas tanto por empresas associadas ao IBP, principalmente as três grandes distribuidoras do país (Vibra, Ipiranga, Raízen) quanto empresas representadas pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom). Os dados de importação incluem 52 mil m³ de diesel S10 A em agosto e 45 mil m³ em setembro informados pela Abicom.

O movimento se deve ao fato de que os preços da Petrobras seguem acima dos preços do diesel no mercado internacional, o que abre uma janela de importação e permite a outros produtores nacionais ou importadores praticarem preços mais atraentes, colocando mais produto no mercado nacional. O alívio contraria previsões de maior aperto do mercado nacional de diesel neste terceiro trimestre em função do pico da demanda nacional em meio a colheita e transporte da safra agrícola e provável menor oferta internacional devido à guerra e temporada de furacões no Golfo do México (EUA).

Esses alertas subsidiaram, inclusive, iniciativas da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para aumentar os estoques operacionais mínimos das grandes empresas, o que foi finalmente derrubado em reunião da diretoria colegiada da agência no início do mês. Ainda assim, o IBP sinaliza que o cenário internacional continua instável e com sinalizações antagônicas, o que enseja monitoramento contínuo da situação brasileira.

De acordo com a Agência de Energia dos Estados Unidos (EIA), o preço médio do diesel no varejo daquele país caiu, na semana entre 14 e 19 de agosto, 1,6% em relação à semana anterior, indicando que o mercado não vê escassez de produto. Por outro lado, no mesmo período os estoques totais de derivados dos Estados Unidos caíram 0,7% em relação à semana imediatamente anterior, de acordo com o relatório Weekly Statistical Bulletin (WSB) do American Petroleum Institute (API). Com isso, o nível de estoque atual segue abaixo do nível do ano anterior e abaixo do nível médio dos últimos 5 anos.

Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço do diesel nas refinarias brasileiras voltou a ficar, em média, abaixo do praticado no mercado internacional, inibindo as compras por pequenos e médios importadores. Já a gasolina está mais cara no Brasil do que no exterior. O diesel está em média 2% mais barato no Brasil do que no exterior, abrindo uma oportunidade de alta no preço de R$ 0,13 por litro nas refinarias. No caso da gasolina, seria possível uma queda de preço de R$ 0,27 por litro, devido a uma diferença média de 8% para cima no preço em relação ao mercado internacional.

Em relatório divulgado nesta segunda-feira (29/08), constatou-se que os preços médios do óleo diesel operam com diferenciais negativos em todos os pontos analisados. Depois de algumas semanas abaixo dos US$ 100,00 por barril, o petróleo voltou a retomar esse patamar nesta segunda-feira (29/08), em meio à expectativa de aperto na oferta da commodity. Em relação ao diesel, a expectativa é de aumento no preço por conta de uma maior demanda a partir de setembro, com as temperaturas mais baixas no Hemisfério Norte em um momento de restrição de oferta de gás natural pela Rússia.

No Brasil, o início da colheita da safra agrícola também deverá impulsionar a demanda e pressionar o preço do combustível. O último reajuste do diesel pela Petrobras foi realizado no dia 12 de agosto, uma queda de 4%, e da gasolina no dia 16 de agosto, com redução média de 4,8%. Já a Acelen, que controla a Refinaria de Mataripe, na Bahia, privatizada no final do ano passado, tem feito reajustes semanais e mantém os preços próximos à paridade internacional dos dois combustíveis. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.