24/Ago/2022
Segundo levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), a área tratada com defensivos agrícolas no Brasil no primeiro semestre chegou a 741,278 milhões de hectares, 0,2% maior ou 1,663 milhão de hectares a mais do que os 739,615 milhões de hectares que receberam aplicações de janeiro a junho de 2021. O cálculo considera a área cultivada no País vezes o número de aplicações de cada um dos produtos formulados utilizados. Em volume de produtos aplicados, houve aumento de 1,4% no período, para 475.366 toneladas. As estatísticas do primeiro semestre apontam para aumento no uso de herbicidas e de inseticidas.
Insetos sugadores na soja, milho e cana-de-açúcar (como mosca-branca, cigarrinhas e percevejos) e o bicudo do algodão destacam-se cada vez mais como os principais inimigos da produtividade na agricultura. A área que recebeu aplicações de inseticidas aumentou 1% nos seis primeiros meses do ano, chegando a 241,778 milhões de hectares, e a tratada com herbicidas aumentou 3%, atingindo 124,914 milhões de hectares. As lavouras que receberam fungicidas diminuíram em 12,3%, para 127,440 milhões de hectares. Isso ocorreu, principalmente, devido à antecipação do plantio de soja no último trimestre de 2021 e à estiagem que atingiu a Região Sul e parte da Região Centro-Oeste do Brasil no início deste ano, o que teve como consequência a redução da produtividade nessas regiões.
Como os fungos dependem do tempo úmido para se desenvolver, os produtores rurais reduziram a aplicação de fungicidas, devido às condições desfavoráveis da lavoura e à menor incidência de doenças. A área tratada com soja recuou 23% no semestre, para 196,233 milhões de hectares, aproximadamente, em virtude das adversidades climáticas enfrentadas pela cultura. Houve diminuição também da área de café, que recebeu aplicações de defensivos, de 10%, para 10,183 milhões de hectares. Em contrapartida, a área tratada de algodão aumentou 24%, chegando a 134,958 milhões de hectares; a de milho, cresceu 15%, para 284,458 milhões de hectares, e a de cana-de-açúcar avançou 6%, para 34,425 milhões de hectares.
O valor do mercado dos defensivos aplicados, que não reflete exatamente o valor dos produtos vendidos no período porque considera aplicações de defensivos adquiridos no ano anterior, chegou a US$ 6,560 bilhões, 20% acima dos US$ 5,468 bilhões contabilizados no primeiro semestre do ano passado. Em moeda nacional, o valor de mercado cresceu 17,6%, chegando a R$ 34,264 bilhões. O incremento se deve, em grande parte, ao câmbio, bem como ao cenário econômico global, com guerra entre Rússia e Ucrânia e efeitos prolongados da pandemia de Covid-19, que elevaram os custos logísticos e de matérias-primas.
Os inseticidas representaram 37% do valor de produtos aplicados entre janeiro e junho de 2022. Os herbicidas participaram com 26%, fungicidas com 25% e tratamento de sementes, com 6%. Quanto às culturas, o milho representou 33% do valor de mercado; a soja, 23%; o algodão, 18%, e a cana-de-açúcar, 12%. O Sindiveg tem atualmente 26 empresas associadas. Os dados da pesquisa são encomendados à Spark Consultoria Estratégica, que faz a coleta das informações por meio de entrevistas com mais de 18 mil agricultores no País. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.