23/Ago/2022
O governo do Canadá solicitou aos agricultores que reduzam a aplicação de fertilizantes para conter a emissão dos gases de efeito estufa, o que revoltou alguns produtores e aumentou as preocupações com uma escassez global de alimentos. O Ministério da Agricultura do Canadá afirma que está comprometido com a luta contra as mudanças climáticas. O governo está propondo uma redução nas emissões de gases de efeito estufa de 30% até 2030, em relação aos níveis de 2020. O setor agrícola do Canadá é responsável por cerca de 10% do total de emissões. Quase 20% delas vêm de fertilizantes, que liberam óxido nitroso, um gás que é quase 300 vezes mais intensivo em gases de efeito estufa do que o dióxido de carbono.
Alguns agricultores dizem que o plano pode forçá-los a usar menos fertilizantes e reduzir o rendimento das colheitas, o que prejudicaria a capacidade do Canadá de aliviar uma crise alimentar global desencadeada pela guerra na Ucrânia. A proposta também foi criticada pelas províncias de Alberta e Saskatchewan, onde grande parte dos grãos do Canadá é cultivada. Em um comunicado conjunto divulgado no mês passado, os governos provinciais expressaram sua profunda decepção com a meta de redução, que chamaram de “arbitrária”. Os agricultores que não cumprirem as recomendações não sofrerão nenhuma consequência, mas não serão contemplados com um subsídio de 1,5 bilhão de dólares canadenses em ajuda financeira para a compra de equipamentos agrícolas.
O Canadá é um grande produtor de trigo e um dos maiores exportadores mundiais de leguminosas, como ervilhas e feijões. O país também é um grande produtor de potássio, fertilizantes e derivados da canola. Após a invasão russa na Ucrânia, a demanda por safras canadenses aumentou em países como Turquia, Argélia e Tunísia. As fazendas venderam 23,3 bilhões de dólares canadenses, o equivalente a US$ 18 bilhões, em grãos, carnes e laticínios durante os primeiros três meses deste ano, um salto de 17,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.