11/Ago/2022
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) propõe que o ingrediente ativo carbendazim e produtos formulados com ele, suspensos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), permaneçam no mercado até que outra molécula seja aprovada para substituição. A proposta consta do Projeto de Decreto Legislativo (PDL 312/22), apresentado no dia 9 de agosto na Câmara dos Deputados. A proposta susta a Resolução 739 da Anvisa, de 8 de agosto, que estabeleceu a proibição imediata da importação de produtos técnicos e formulados com o ingrediente ativo carbendazim e fixou prazos para o fim da produção e comercialização do produto no País.
A FPA argumenta que o perigo de usar o carbendazim no campo está na dosagem e forma de manuseio, assim como em qualquer outro pesticida ou medicamento, seja para plantas ou destinado aos seres humanos. Qualquer medicamento utilizado de maneira incorreta e na dosagem incorreta faz mal à saúde da planta e à saúde humana. Existem EPIs (Equipamento de Proteção Individual), ambientes isolados e não há perigo desde que o manejo seja feito de forma correta. O agroquímico é nocivo à saúde humana apenas quando manejado de forma incorreta. O carbendazim é um fungicida usado no controle de doenças causadas por fungos nas sementes, amplamente utilizado nas culturas do algodão, arroz, feijão, milho e soja, bem como em frutas.
A FPA argumenta que a proibição do produto traria prejuízos ao setor produtivo e efeitos econômicos e sociais negativos. Não há, hoje, produto similar e com o mesmo custo benefício registrado no Brasil. Os produtores rurais perderiam competitividade em comparação aos de outros países que usam carbendazim, como Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai, Paraguai, Equador, Costa Rica e Honduras, além de China e Austrália. Para doenças que surgem em plantações de feijão e arroz não existe outro produto eficaz no mercado brasileiro.
A FPA diz que a interrupção do uso de carbendazim no campo afetaria o valor da cesta básica, que representa 11,15% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e elevaria o preço dos alimentos. O aumento do custo de produção, em virtude da retirada do carbendazim, afeta os preços da soja e do milho, que se refletem nos preços dos produtos de origem animal (aves, ovos, carnes, embutidos e leite). O incremento do custo de produção da soja também impacta os preços de óleo de soja e margarina. Custos mais altos para produzir algodão poderiam resultar em altas dos preços de roupas, tecidos, roupas de cama, colchão, tapetes e cortinas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.