08/Ago/2022
Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a redução de R$ 0,20 por litro do diesel, que começou a vigorar na sexta-feira (05/08) nas refinarias da Petrobras não foi suficiente para trazer paridade ao preço do combustível no mercado interno em relação ao internacional. Com petróleo e câmbio em queda, os preços internos dos combustíveis se mantêm acima do praticado no Golfo do México. Em média, o preço do diesel no Brasil está 10% acima do praticado no Golfo do México, usado como referência para calibrar a paridade de preços em relação ao mercado internacional. Para se equiparar aos preços externos, seria necessária uma nova redução, de R$ 0,47 por litro. Também a gasolina está com o preço descolado do Golfo, sendo negociada nas refinarias brasileiras com preço 9% superior.
Para equiparar os preços a queda poderia ser de R$ 0,31 por litro, que vê uma janela de oportunidade para importações, dependendo do porto de operação. A queda anunciada pela estatal também não foi suficiente para ficar com preços abaixo da sua única concorrente no mercado brasileiro, a Acelen, que controla a Refinaria de Mataripe, na Bahia. O diesel vendido em Mataripe custava em média R$ 5,25 por litro na sexta-feira (05/08), enquanto nas refinarias da Petrobras a média ficou em R$ 5,41 por litro. Também o preço da gasolina está mais caro nas refinarias da Petrobras do que da Acelen, custando R$ 3,86 por litro e R$ 3,83 por litro, respectivamente. A redução do preço do diesel pegou de surpresa o mercado, já que diretores da companhia haviam indicado que não era o momento de mexer no preço do combustível, devido à persistência de volatilidade do mercado de petróleo e do câmbio, além das expectativas com o aumento do preço do diesel de setembro a novembro, quando a demanda deve crescer e a oferta seguir restrita.
Os Estados Unidos estão aumentando o estoque de diesel, ao mesmo tempo em que a Europa substitui o gás natural que vem sendo cortado pela Rússia pelo combustível fóssil. Com a chegada do inverno nos próximos meses, a previsão é a de que o produto fique cada vez mais escasso e suba de preço, em um momento em que o Brasil estará transportando a safra agrícola por caminhões pelo País. Segundo especialistas, a estatal deveria aguardar a estabilidade de mercado de petróleo para alterar o preço, seguindo sua própria premissa de só mexer na cotação quando houvesse uma mudança estrutural, e não conjuntural. Agora, será mais complicado politicamente a estatal elevar o diesel e a gasolina se o mercado virar e o petróleo e derivados subirem de preço no mercado internacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.