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12/Jul/2022

Fertilizantes: fluxo de importação da Rússia normal

O Brasil tem mantido o fluxo de importação de cargas russas de fertilizantes. Conforme os dados mais recentes do ComexStat (serviço de estatísticas de comércio exterior do Brasil) da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), 880,67 mil toneladas do produto chegaram ao Brasil em junho, com desembolso de US$ 770,833 milhões. O volume foi 2,6% superior ao reportado em igual mês do ano passado, de 858,222 mil toneladas, mas foi 17,9% inferior ao internalizado em maio. Os números de junho eram aguardados pelo mercado, que a partir deles espera mensurar como está o fluxo de adubos russos ao País em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia e se há comprometimento de cargas.

No primeiro semestre do ano, o Brasil recebeu 4,354 milhões de toneladas de fertilizantes russos (5% mais na comparação anual) com desembolso de US$ 3,271 bilhões. O produto russo representou 22,5% de um total importado pelo País de 19,355 milhões de toneladas. Do montante internalizado da Rússia no ano, 1,938 milhão de toneladas foram de fertilizantes potássicos, 1,722 milhão de toneladas de adubos contendo dois ou três nutrientes do complexo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) e 624,60 mil toneladas de nitrogenados. Para analistas de mercado, os volumes internalizados até o momento mostram a continuidade dos embarques ao País mesmo com a guerra no Leste Europeu.

Analistas consideram que o fluxo está praticamente normalizado, após interrupções pontuais nos embarques logo que a guerra começou. A queda na importação de junho em relação ao volume de maio já era esperada pelo setor, pois houve expressiva antecipação das compras nos primeiros meses do ano com produtores receosos quanto à escassez dos produtos no segundo semestre deste ano. A maior parcela do volume embarcado no mês deve ser aplicada na safra de verão (1ª safra 2022/2023), plantada a partir de setembro no Brasil, e outra parte nas culturas perenes. Quanto ao volume importado no ano, a maior parte ainda se refere a contratos fechados antes da guerra, pois estima-se que as cargas levam cerca de 60 dias da saída da Rússia até o desembaraço nos portos brasileiros.

Há pequeno volume, porém, comprado após a eclosão da guerra, quando importadores aceleraram aquisições na tentativa de garantir a disponibilidade dos nutrientes, com novas remessas saindo da Rússia em meio ao conflito. O prejuízo ao abastecimento de adubo no Brasil era uma das principais preocupações do setor produtivo nacional desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano. A Rússia é o principal fornecedor destes insumos ao Brasil, respondendo por 22% do total importado anualmente pelo País, com aproximadamente 9 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.