07/Jul/2022
Centro da pressão do governo sobre a Petrobras, o preço dos combustíveis poderia sofrer um alívio com a recente queda do petróleo no mercado internacional, devido ao aumento da percepção de risco de recessão nas principais economias. Mas, por outro lado, a alta do dólar nos últimos dias joga contra uma redução no preço dos combustíveis no Brasil, já que a fórmula adotada pela Petrobras para os seus reajustes também leva em conta a cotação da moeda norte-americana. No dia 5 de junho, o dólar fechou com alta de 1,19%, a R$ 5,38, e o petróleo do tipo Brent para setembro encerrou com perda de US$ 10,73 por barril, ou 9,45%, a US$ 102,77 por barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A queda reduziu a defasagem do diesel e da gasolina no mercado interno em relação ao mercado internacional, chegando, na média, a ficar acima dos preços praticados fora do País, puxados pelos mercados atendidos pela Refinaria de Mataripe, na Bahia. No caso da gasolina, o preço médio ficou 2% acima da paridade de preços e 3% no diesel, ou seja, seria possível uma redução de R$ 0,09 e R$ 0,16 por litro, respectivamente. Apesar da queda do petróleo nos últimos dias, ainda existe grande volatilidade no mercado e os derivados da commodity continuam em alta no mercado internacional, devido à guerra entre a Rússia e Ucrânia e à capacidade restrita do refino global.
Além disso, a valorização do dólar deixa o petróleo mais caro em outras moedas, como o Real. Há fatores que jogam o preço para baixo e outros para cima. É preciso observar o que vai preponderar. Além da possível recessão global, o preço do petróleo também está sendo depreciado pela possibilidade de um acordo nuclear entre Irã e Estados Unidos, que colocaria mais petróleo no mercado. Apesar de menos importante, o fim de uma greve do setor de petróleo na Noruega também ajuda a queda do preço da commodity. Tudo isso pressiona o preço, mas a verdade é que os estoques estão muito baixos e a oferta continua apertada.
O mercado está muito especulativo, mas, se a queda do petróleo for relevante e sustentável, em algum momento chegará ao Brasil. Porém, tudo vai depender do dólar. Desde o início deste ano, o preço do petróleo era o fator predominante para as altas e baixas dos combustíveis nas refinarias, mas agora passou a ser a moeda norte-americana, que até pouco tempo jogava a favor dos preços no Brasil. O Citi, aponta que os preços do petróleo podem chegar a US$ 65,00 por barril no final deste ano e US$ 45,00 no fim de 2023, se não houver intervenção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para aumento de produção. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.