10/Jun/2022
Segundo a StoneX, mais da metade dos fertilizantes a serem aplicados nas lavouras do País no segundo semestre, período de plantio da safra de verão (1ª safra 2022/2023), já foram adquiridos. Até o fim de maio, 60% dos adubos necessários haviam sido assegurados pelos produtores brasileiros. As compras estão em linha (atraso de apenas 1%) com igual período do ano passado (aquisições para safra 2021/2022). O adiantamento das compras se intensificou após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, em 24 de fevereiro. Mesmo com os preços elevados dos adubos, os produtores aceleraram o ritmo com receio de escassez dos produtos. Do fim de fevereiro ao fim de maio, as compras avançaram 32%. As compras de adubos para o segundo semestre, ou primeira metade da temporada 2022/2023, começaram a ser feitas em novembro do ano passado.
Aproximadamente dois terços dos adubos consumidos anualmente no Brasil são utilizados na segunda metade do ano. Desse volume, a maior parte é aplicada a partir de setembro, quando começa o plantio da soja e do milho safra de verão (1ª safra 2022/2023). Na Região Centro-Oeste, principal produtora de grãos na safra de verão (1ª safra), há um atraso maior que o índice nacional na comercialização antecipada para o segundo semestre. No período reportado, 59% dos adubos já haviam sido contratados, próximo à média nacional, mas bem atrás dos 71% reportados em maio do ano passado. A Região Sul garantiu 66% dos fertilizantes para a segunda metade do ano, contra 67% há um ano. As Regiões Norte/Nordeste e Sudeste compraram 58% dos adubos necessários para o segundo semestre, ante 56% e 34%, respectivamente, de maio de 2021.
O levantamento mostrou também que até o fim de maio 26% dos adubos a serem utilizados nas lavouras brasileiras no primeiro semestre do ano que vem, período de semeadura das culturas de inverno como milho 2ª safra, trigo e algodão, já tinham sido comercializados. Em igual período do ano passado, o produtor já havia garantido 28% dos adubos a serem aplicados na safra de inverno. Para uso na safra de inverno 2022/2023, há maior avanço na comercialização antecipada de adubos na Região Norte/Nordeste, que assegurou 28% dos fertilizantes a serem usados no primeiro semestre do ano que vem, contra 34% reportados em maio de 2021. Nas Regiões Sul e Centro-Oeste, o índice de negociação dos adubos atingiu 27% do volume necessário em maio deste ano, ante 28% e 32%, respectivamente, observados em igual período do ano passado. A Região Sudeste ficou mais distante da média nacional, com 24% das compras garantidas, ante 20% há um ano.
O levantamento foi feito até o fim de maio com misturadoras, distribuidoras, cooperativas, médios e grandes produtores de todas as regiões do País e considera as vendas de adubos por meio da fixação de preços e fechamento de contratos para entrega futura. A pesquisa compreendeu uma área de 26 milhões de hectares, equivalente a 43% da área semeada com grãos na safra 2021/2022. Observa-se que a comercialização antecipada do pacote de adubação, especialmente para grãos, se intensifica conforme a relação de troca (quantidade necessária de determinada commodity para compra de 1 tonelada de adubo) fica mais favorável ao produtor. Essa relação, contudo, está menos favorável desde meados do ano passado, em virtude das altas contínuas dos preços dos adubos. Ou seja, o poder de compra de fertilizantes pelo agricultor brasileiro está menor, apesar das cotações sustentadas das commodities. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.