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10/Jun/2022

Combustíveis: medidas do governo agravam inflação

Pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) alertaram que a medida de redução de impostos sobre combustíveis, conta de luz e outros itens de energia, anunciada na segunda-feira (06/06) pelo governo federal, tende a resultar em inflação mais elevada por mais tempo, exigindo um aperto monetário mais duradouro e, talvez, maior. É uma enorme ilusão achar que redução de impostos vai reduzir inflação e trazer juro pra baixo. Tudo ali é temporário. Na virada do ano, a inflação vai subir de novo.

O Banco Central não deverá mudar o atual ciclo de elevação de juros, no sentido de moderá-lo, por causa da redução de impostos. Não há essa possibilidade. Na verdade, o Banco Central vai ficar mais preocupado com o futuro. Isso significa prejuízos de longo prazo. O anúncio da redução de impostos tende a elevar as expectativas de inflação para 2023. No mais recente Boletim Focus, as expectativas já giram em torno de 4,5% para a inflação de 2023, diante de uma meta de 3,25%. Se as medidas forem de redução de impostos, a inflação volta ano que vem. Será preciso manter a taxa de juros elevada por tempo maior. E, provavelmente, ela terá que ser mais elevada.

Embora as perspectivas de curto prazo para a atividade econômica em 2022 tenham melhorado nos últimos três meses, o principal problema do cenário, a persistência de uma inflação elevada em todo o mundo e a necessidade de subir juros para conter a carestia, segue pesando sobre a possibilidade de um crescimento sustentável. Quando se comemora que o IPCA caiu abaixo de 12% em 12 meses tem alguma coisa errada. Dados do IPCA de maio divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram uma variação de 11,73% no acumulado em 12 meses. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.