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09/Jun/2022

Combustíveis: preços alinhados ao mercado global

O Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás Natural (IBP) reforçou seu posicionamento para que o Brasil mantenha os preços dos combustíveis alinhados ao mercado internacional, fator que considera fundamental para assegurar o abastecimento nacional e a manutenção de um mercado equilibrado e atrativo aos investimentos, necessários à ampliação da competitividade do setor. O conflito entre Rússia e Ucrânia trouxe um novo elemento geopolítico ao mercado de petróleo, que ainda se recuperava dos efeitos da pandemia, acentuando a volatilidade dos preços. A Rússia é o maior exportador mundial de petróleo e derivados, além de ser o principal fornecedor de gás natural para a Europa e um grande exportador de carvão e urânio de baixo enriquecimento usado para alimentar usinas nucleares. O IBP destaca o risco de desabastecimento de diesel no País, preocupação que cresce à medida que se aproxima o verão no Hemisfério Norte e a temporada de furacões.

A principal preocupação no Brasil é com o mercado de diesel, em função da alta utilização do modal rodoviário e da complementação por importações para o abastecimento do mercado. Em 2021, 23% das vendas de diesel no País foram provenientes de importações. A crise de desabastecimento já afeta a Argentina, pela combinação de baixa produção local de diesel, demanda em máximas históricas e baixos preços locais em virtude de controles governamentais. A escassez de diesel afeta 19 das 24 províncias da Argentina, de acordo com a Federação Argentina de Entidades Empresariais. Essa ruptura tem provocado impactos na economia e alta nos preços dos combustíveis, o que atinge de forma mais crítica a população mais vulnerável. A adequada precificação de mercado é elemento-chave para a garantia do abastecimento, pois nenhum agente econômico importaria combustíveis para vender abaixo do preço de compra.

No caso específico do Brasil, com demanda crescente, preços nacionais alinhados ao mercado internacional sinalizam a escassez do produto, concorrendo em igualdade com os ofertantes nacionais e permitindo a complementação da oferta nacional com produtos importados. Intervenções nos preços impactam diretamente o abastecimento e, mesmo que haja posterior retorno aos preços de mercado, os desdobramentos da intervenção vão perdurar por muitos anos, já que a retomada da confiança para investir em um setor intensivo de capital e com longo tempo de maturação é muito difícil. Nesse sentido, foi reforçada a importância da liberdade de preços e a defesa de um mercado aberto, competitivo, dinâmico, ético, com segurança jurídica e previsibilidade regulatória, gerando transparência e competitividade, com consequentes benefícios para toda a sociedade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.