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07/Jun/2022

Insumos: custo em alta deve afetar a rentabilidade

Segundo a Cooperativa dos Produtores Rurais da Bahia (Cooperfarms), a rentabilidade da safra de grãos e algodão 2022/2023 dependerá de alta produtividade para ser positiva, mesmo em meio aos preços firmes das commodities. Se a produtividade não for realmente muito boa, há risco de ter rentabilidade negativa. A média de produtividade de alguns produtores no oeste da Bahia na temporada 2021/2022 foi excelente, de 90 sacas de 60 Kg por hectare, outros colheram 66 sacas de 60 Kg por hectare e outros ainda muito menos. A situação é preocupante. Estado começa a plantar a safra 2022/2023 em meados de setembro e outubro. Essa necessidade de altos rendimentos para o produtor obter rentabilidade positiva deve-se ao custo elevado de produção da safra 2022/2023.

Se o rendimento for bom, a maior quantidade produzida por hectare aliada aos bons preços das commodities pode compensar o elevado custo de produção. Contudo, caso a produção seja afetada por condições climáticas desfavoráveis com queda de produtividade, a rentabilidade da próxima safra pode ser negativa, com custo operacional superior à renda obtida com as commodities. O custo de produção subiu de maneira absurda em relação à temporada passada. A eficiência da produção talvez venha a tapar esse aumento do custo de produção. Há necessidade de maior escala e maior eficiência. Mesmo com os preços remuneradores das commodities, a rentabilidade pode ser negativa caso não haja elevada produtividade. Os produtores ainda estão na euforia de que os preços do milho e da soja cresceram, mas os custos rapidamente subiram e significativamente.

Quando o produtor fizer relação de custo e preço do grão, ele verá que não terá rentabilidade. O fato de a soja chegar neste momento entre US$ 35,00 e US$ 37,00 por saca de 60 Kg, aparentemente é um preço bom, mas o custo real é muito elevado. No algodão, a conjuntura é semelhante. Os preços na Bolsa de Nova York, faixa de dezembro, estão em 120,00 centavos de dólar por libra-peso, mas somente o custo com a ureia (principal adubo nitrogenado usado nas lavouras da fibra) passou de em média US$ 300,00 por tonelada na safra passada para até US$ 1.200,00 por tonelada agora. Entre os principais fatores que impulsionaram o custo de produção da safra, em média de 40% a 50% ante a anterior, está o aumento dos preços dos fertilizantes, das sementes, dos defensivos agrícolas, do óleo diesel e das despesas financeiras (como juros). A safra 2022/2023 terá um custo de fertilizante na faixa real em média três vezes maior, utilizando ureia, cloreto de potássio e fósforo.

Em sementes, também houve acréscimo porque empresas de biotecnologia reajustaram custos da tecnologia. Em defensivos, glifosato, diquat e 2,4-D estão quase quatro vezes mais caros. O óleo diesel passou de R$ 4,00 por litro na última safra para R$ 8,00 por litro na próxima safra. Alguns produtores anteciparam as compras de insumos para safra 2022/2023, conseguindo fixar o custo de produção anteriormente e em patamar inferior aos atual. Alguns sentirão essa situação na safra 2023/2024 e não serão tão afetados no ciclo 2022/2023. Se a situação se mantiver, estes produtores vão sentir que não há como a soja voltar a ser vendida no patamar de US$ 20,00 por saca de 60 Kg. Com este custo, é mais fácil passar a ser vendida acima de US$ 35,00 por saca de 60 Kg. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.