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07/Jun/2022

NEW HOLLAND prevê escassez de oferta até 2024

Segundo a New Holland Agriculture, marca do grupo CNH Industrial, a normalização da disponibilidade de máquinas e equipamentos, hoje em escassez para pronta entrega no mercado brasileiro, deve ocorrer somente depois de 2023. Não deve haver normalização em 2023, porque a cadeia de suprimentos não permite. Se todos os fornecedores, setor de contêineres e a demanda mundial de máquinas agrícolas recuarem, pode ajudar na normalização do mercado. A normalização do setor depende especialmente de dois fatores: regularização da cadeia de suprimento, pois a indústria enfrenta restrições na oferta de alguns componentes desde o início da pandemia de covid-19; e do recuo da demanda mundial por máquinas agrícolas, já que mercados brasileiro, sul-americano, europeu e norte-americano puxaram fortemente a demanda por máquinas e equipamentos.

A cadeia de fornecimento ainda continua sendo um desafio. A tendência é que não seja possível resolver a questão até o fim deste ano. Essa dificuldade que vai limitar o crescimento do mercado em si. A empresa estima que o mercado brasileiro de máquinas e equipamentos agrícolas, como um todo, fique estável ou cresça até 5% neste ano, acompanhando a taxa de crescimento de área plantada no País, de 3%, e limitado pela baixa disponibilidade de produtos para comercialização. Do lado da demanda, as restrições quanto ao crédito disponível ao produtor podem ser fator inibidor para a renovação de frota por parte dos produtores. Pequenos e médios produtores tendem a aguardar a liberação de recursos com juros subsidiados do Plano Safra 2022/2023 para realizar novas compras.

Entre os pequenos e médios deve haver represamento da demanda porque estão aguardando a liberação de recursos subsidiados. Alguns buscam alternativas como consórcios, mas a maioria aguarda liberação do Pronaf. Os produtores de maior escala vêm buscando alternativas de financiamento fora do Plano Safra 2022/2023, como uso de recursos próprios, acesso a financiamento em dólar, por meio de fundos constitucionais e recursos livres de bancos. O grande produtor sabe que os recursos do Moderfrota tendem a não o atender. Outro fator que restringe o maior ímpeto da demanda são os juros elevados. Os juros na casa de 17% para investimento em máquinas e equipamentos fazem com que os produtores repensem e avaliem alternativas, como hedge, barter, recursos próprios.

Para a safra 2022/2023, os elevados custos de produção também freiam a demanda por parte dos produtores em relação à renovação de frota. Hoje, o agricultor está fechando a compra de insumos, procurando maquinário para abertura de área e depois renovando a frota. O aumento dos custos de produção, a inflação e os juros acenderam a luz amarela do produtor, mas a abertura de novas áreas deve compensar esse incremento. Os produtores estão se antecipando na compra dos produtos por receio de falta no mercado no momento do uso adequado, seja plantio ou colheita. Atualmente, a disponibilidade média de entrega dos equipamentos da fabricante no País é de cerca de três meses, mas pode se estender para o primeiro trimestre do ano que vem conforme a linha de equipamentos, sendo mais acentuado o aperto na oferta dos equipamentos de alta potência.

As principais culturas atendidas pela New Holland no Brasil são soja e milho, mas também atua em trigo, arroz e outras commodities. Para 2022, a New Holland prevê acompanhar o desempenho geral do mercado, estimado de estabilidade a leve avanço de 5% em relação ao comercializado em 2021. Revisões para baixo quanto à projeção de crescimento de vendas para o ano vêm sendo feitas frequentemente, em virtude da crise de disponibilidade de matéria-prima e restrição de crédito para aquisição de máquinas e equipamentos para produtores. Há frustração em relação a crédito, em maior parte, e em relação à parte fabril com capacidade limitada de produtos disponíveis. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.