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03/Jun/2022

AGCO FINANCE vê boas as perspectivas para 2022

A AGCO Finance, banco da fabricante de máquinas agrícolas AGCO, prevê desembolsar R$ 2 bilhões este ano no Brasil para o financiamento de suas marcas próprias (Fendt, Valtra e Massey Ferguson). No ano passado, o banco registrou financiamentos de R$ 1,5 bilhão. Do montante previsto para o ano, 60% tendem a ser de recursos próprios e 40% deve ser acessado por meio das linhas de Pronaf e Morderfrota do Plano Safra, oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Como a maior parcela é de recursos próprios, existe capacidade para ofertar volume ainda maior caso a demanda exija. A carteira de crédito do banco em volume de recursos desembolsados é concentrada especialmente em Mato Grosso. O Estado mostra demanda aquecida por tratores de maior valor agregado, mas há crescimento exponencial na Bahia, em Goiás e no MATOBIPA (Maranhão, Tocantins, Bahia e Piauí). Os financiamentos contemplam pequenos (atendidos pela Valtra) e grandes produtores (atendidos pela Valtra e Fendt). Hoje, o banco é líder em número de operações com Moderfrota dentro do BNDES.

As três principais culturas que demandam recursos do banco da AGCO para aquisição de suas máquinas e equipamentos são soja, milho e algodão. A maior demanda pelos recursos do banco vem, principalmente, do esgotamento das linhas subsidiadas do Plano Safra em meio ao apetite contínuo do agricultor por novas tecnologias. O produtor entende que não pode ficar refém de uma linha. Desde setembro de 2021 não há verbas do Moderfrota e, desde janeiro, sem o Pronaf. Por mais capitalizado que o produtor esteja, já que hoje ele poderia adquirir o equipamento à vista, ele ainda opta por financiamento. Esse crescimento do financiamento por meio de recursos próprios avançou nos últimos três anos, com o esgotamento das linhas subsidiadas pelo Plano Safra e com a demanda do produtor. Hoje, o ano-safra tem virado três meses. O banco começou este movimento de buscar alternativas em 2019, quando 98% da carteira, de R$ 800 milhões, era feita via BNDES.

Um dos fatores do incremento de quase 50% em volume desde 2019 é a oferta de instrumento de crédito em moeda estrangeira, como dólar e euro. O mecanismo, que representa metade do volume desembolsado com recursos próprios pelo banco, atraiu maior número de agricultores, especialmente para compra de máquinas de alta potência. Ela tem uma participação importante no mercado porque grandes produtores do Cerrado travam custos para soja, milho e algodão em dólar, tem a receita atrelada em dólar. São linhas com juros menores em moeda corrente já usada na fazenda. Apesar de o crédito oficial ter menor custo ao produtor, a escassez de recursos disponíveis faz com os agricultores busquem linhas alternativas com juros maiores, como os ofertados pelos bancos de fábricas. Hoje, a taxa média do banco pré-fixada gira em torno de 15% ao ano e a pós-fixada (DI) de aproximadamente 0,40% mais DI ao mês, variando conforme as condições prazos e pagamento.

Já a taxa média do Moderfrota, principal linha de financiamento para a aquisição de tratores, colheitadeiras, subsidiada pelo Plano Safra é de 8,5% ao ano. O Plano Safra 2022/2023 deve vir com poucos recursos e com aumento de juros, o que torna as taxas fora das linhas contratadas pelo BNDES mais competitivas. Os patamares médios de taxas de juros cobradas hoje pelo banco AGCO devem se manter neste ano e tendem a cair em 2023, já que acompanham o comportamento da Selic Selic (hoje em 12,75%). A safra 2022/2023 será positiva para o setor de máquinas e equipamentos, considerando os pedidos já efetuados e a rentabilidade positiva do produtor neste momento. Os produtores estão aproveitando o momento de preços remuneradores das commodities e investindo ainda mais em tecnificação. A safra 2023/2024, com juros mais normalizados, tende a ser também interessante para este mercado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.