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31/Mai/2022

Fertilizantes: preço em alta elevará custo da safra

O fertilizante é o item que mais deve contribuir para que a próxima safra de grãos seja a mais cara da história recente. Nas contas da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, o aumento do preço do produto no último ano foi de 140%, seguido pelo dos defensivos (de 60% a 70%) e pelo das sementes (15% a 20%). Diante do cenário de incerteza sobre a disponibilidade de produto e do risco de preços ainda mais elevados, a cooperativa, que reúne 16 mil produtores no norte do Paraná, tem antecipado as compras. Hoje, 80% dos insumos já foram comercializados, ante 60% nesta mesma época de anos anteriores. Além da alta de preços, pode faltar algum produto.

Segundo a Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), a indústria de adubos está fazendo um grande esforço para disponibilizar os fertilizantes em razão de problemas logísticos decorrentes da guerra na Ucrânia, aumento de custos de frete marítimo e a maior demanda mundial por adubos. No primeiro bimestre, o dado mais recente disponível, houve retração de 11% nos volumes de fertilizantes entregues aos agricultores brasileiros para todas as lavouras em relação a igual período de 2021. O mundo mudou devido às incertezas geopolíticas provocadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Apesar disso, o setor está conseguindo atender a demanda, mas não no ritmo desejado. Hoje, o Brasil produz só 15% dos fertilizantes que consome.

O Plano Nacional de Fertilizantes, recentemente lançado, só vai começar a ter efeitos na oferta no longo prazo. Esses fatores contribuem para um cenário incerto de preço dos adubos no curto prazo. Em resposta ao aumento de custos de insumos e ao juro mais elevado para o custeio da próxima safra, o Itaú BBA acredita que os agricultores vão reduzir o ritmo de expansão da área plantada de grãos. O produtor deve ficar mais cauteloso. Nas duas últimas safras, houve avanços significativos. Por mais que os preços das commodities estejam elevados, as margens de ganho dos produtores devem ser achatadas em razão dos aumentos de custos. Os três vilões da alta de custos são: fertilizante, defensivo e combustível.

A forte pressão de custos dos insumos é a realidade dos agricultores brasileiros que vão plantar a safra mais cara da história. A guerra entre a Ucrânia e a Rússia, esta última um dos principais exportadores de adubos para o Brasil e a crise energética e logística da China, onde estão as fábricas de defensivos, além da alta do diesel, levaram os preços de insumos às alturas. Pressões de custos dos grãos soam como um sinal de alerta para uma inflação de alimentos "encomendada", que pode se concretizar em 2023 ou não, a depender da situação do mercado na hora da comercialização da safra. Nas contas da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o gasto médio no País para produzir um hectare este ano deve crescer 45% para a soja e aumentar quase 50% para o milho em relação ao anterior.

Mas, pode ser que o custo seja ainda maior, pois, neste momento, nem todos os insumos foram comprados e, portanto, estão sujeitos a altas de preços. No entanto, o aumento de custos em regiões específicas e consolidadas na produção de grãos supera a média nacional calculada pela CNA. A alta dos gastos com insumos para a próxima safra de soja varia entre 60% e 70% no norte do Paraná e no Mato Grosso em relação à anterior, apontam a cooperativa Cocamar, de Maringá (PR), e o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.