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18/Mai/2022

AGROGALAXY: resultados do 1º trimestre de 2022

A AgroGalaxy, uma das maiores redes de varejo de insumos agrícolas e serviços para o setor do Brasil, controlada pelo fundo Aqua Capital, obteve receita líquida de R$ 3,145 bilhões no primeiro trimestre de 2022, avanço de 161% na comparação com igual período de 2021, quando a empresa atingiu receita de R$ 1,205 bilhão. Em contrapartida, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 44,7 milhões, 131% maior do que o prejuízo de R$ 19,3 milhões contabilizado nos três primeiros meses de 2021. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 130,3 milhões, 356% superior aos R$ 28,6 milhões verificados há um ano, com margem Ebitda ajustada de 4,1%, ante margem Ebitda ajustada de 2,4% há um ano. As vendas de insumos agrícolas acompanham a sazonalidade das safras e que o primeiro trimestre do ano concentra somente uma média de 18% da receita anual, enquanto os demais gastos se dividem quase equilibradamente ao longo do ano.

Na média dos últimos dois anos, o segundo trimestre concentrou 9% dos pedidos (receita) anuais, o terceiro trimestre 27% e o quarto trimestre, 46%. Além disso, o custo médio da dívida da companhia aumentou de forma expressiva, acompanhando a alta do CDI, influenciado pela taxa Selic. O custo médio total dos empréstimos da AgroGalaxy, somando CDI mais spread, saiu de 6,75% ao ano no primeiro trimestre de 2021 para 13,83% no primeiro trimestre deste ano. A sazonalidade de receita faz com que não sejam diluídas as despesas fixas e financeiras no primeiro semestre, sendo o prejuízo algo natural nesta época do ano, ainda mais levando-se em conta esse aumento drástico da Selic e seu impacto nas despesas financeiras. Apesar disso, foi reduzido o spread de dívida de 4,2% para 3,4% na média. O prejuízo líquido não é um indicador, de forma nenhuma, e não há risco de não entregar um bom resultado no ano.

Com base nos pedidos, o Ebitda vai crescer mais do que o lucro líquido, porque causa da estrutura de capital e do custo do dinheiro. A carteira de pedidos da AgroGalaxy somava R$ 3,4 bilhões em março, 144% acima do montante de R$ 1,4 bilhão em março de 2021. A dívida líquida ao fim do primeiro trimestre somava R$ 1,145 bilhão, 2,3 vezes o Ebitda ajustado, ante R$ 772,9 milhões um ano antes, 2,8 vezes o Ebitda ajustado. Da receita líquida de R$ 3,145 bilhões, 53,8% do total ou R$ 1,692 bilhão foi proveniente da venda de insumos, alta de 171% na comparação anual. O restante, R$ 1,453 bilhão (46,2%), veio da comercialização de grãos, incremento de 151% em relação ao primeiro trimestre de 2021. Considerando a receita total, R$ 613 milhões vieram de negócios viabilizados por meios digitais, sendo que 36,2% da receita com insumos veio de negócios digitais.

Do aumento de 171% da receita líquida de insumos, 92% (R$ 574 milhões) veio das empresas com as quais a AgroGalaxy já contava há um ano (sem contar os resultados de Boa Vista, Ferrari Zagatto e Agrocat, adquiridas mais recentemente), ou seja, do crescimento orgânico. Destes 92%, 22% ou R$ 145 milhões foram gerados pelo aumento do volume vendido. O restante, R$ 429 milhões, decorreu do aumento de cerca de 70% dos preços de insumos, principalmente fertilizantes e defensivos. As vendas das chamadas same store sales, abertas há mais de dois anos, cresceram 82,9%. A receita por consultor técnico de vendas (CTV) subiu 77,1% no trimestre. Entre os insumos vendidos pela empresa, 44,3% da receita líquida do primeiro trimestre veio de defensivos, seguido de 29,8% de fertilizantes, 20,1% de sementes e 5,3% de especialidades. A empresa também informou que o Retorno Sobre Capital Investido (ROIC) atingiu 22,2% nos últimos 12 meses, avanço de 6,4% ante o contabilizado em igual período do ano anterior. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.